Para entidade internacional, vitória da petista causaria derrapagem macroeconômica; candidata tratou posicionamento como ''precipitado'' e ''superficial''
Andrei Netto e João Domingos - O Estado de S.Paulo
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, respondeu ontem, em Paris, às críticas do Instituto Internacional de Finanças (IIF), feitas nesta semana, em Viena, na Áustria. Segundo o instituto, a eleição da petista traria maior risco de derrapagem macroeconômica, poucas reformas estruturais e dificuldades de aumentar o crescimento do PIB.
"Não acredito que seja a opinião dos bancos internacionais", ponderou ela, classificando a opinião do instituto como "pessoal" e "leviana". A candidata ainda enfatizou: "Duvido muito que uma instituição que congregue bancos iria assumir uma posição tão precipitada e superficial como essa."
A análise foi feita pelo economista Frederick Jaspersen, que representou o IIF ? organismo que congrega os grandes bancos estrangeiros ? em um evento realizado no Palácio Imperial Hofburg, em Viena. Jaspersen afirmou que um eventual governo com a petista Dilma Rousseff tenderia ao aumento dos gastos públicos, ao relaxamento do controle da inflação e à alta dos juros.
Além disso, criticou Jaspersen, a petista enfatizaria a política industrial centrada nas empresas estatais e deixaria as agências regulatórias à mercê de pressões políticas. Em contrapartida, o economista do IIF afirmou que o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, endureceria o controle fiscal e reduziria os juros, o que resultaria na desvalorização do real.
Continuidade. Em entrevista concedida no Hotel Champs-Elysées Plaza, em Paris, além de responder às críticas do IIF, a presidenciável petista reforçou o compromisso de seu programa de governo com a estabilidade e o crescimento econômico e garantiu que, em caso de vitória, manterá a política externa de Lula.
Ela ainda fez críticas às sanções contra o Irã e comentou o objetivo de sua turnê pela Europa, quando encontrará líderes como o presidente da França, Nicolas Sarkozy, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, o presidente do governo da Espanha, José Luis Zapatero, e o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates.
Hoje, Dilma ainda deve cumprir compromissos na França. Às 10 horas, ela concede entrevista ao jornal francês Le Monde. Às 17 horas, se encontrará com Nicolas Sarkozy. Um dos temas do encontro deve ser a compra de 36 caças pela Força Aérea Brasileira (FAB), iniciada em 2008. Uma das empresas concorrentes no processo é a francesa Dassault. Além disso, o pacote de compras brasileiras para a Defesa poderá envolver submarinos e armazenamentos, em negociação que poderá passar dos R$ 30 bilhões.
Amanhã, Dilma tomará o trem-bala das 15 horas para Bruxelas, onde será recebida, às 18 horas, pelo presidente da União Europeia, José Manuel Durão Barroso. O encontro precederá a reunião de cúpula do Conselho Europeu. A petista deve tratar da necessidade de um acordo entre a União Europeia e o Mercosul, cujas renegociações foram reabertas no mês passado. Na sexta-feira, Dilma seguirá para Madri.
Andrei Netto e João Domingos - O Estado de S.Paulo
A candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, respondeu ontem, em Paris, às críticas do Instituto Internacional de Finanças (IIF), feitas nesta semana, em Viena, na Áustria. Segundo o instituto, a eleição da petista traria maior risco de derrapagem macroeconômica, poucas reformas estruturais e dificuldades de aumentar o crescimento do PIB.
"Não acredito que seja a opinião dos bancos internacionais", ponderou ela, classificando a opinião do instituto como "pessoal" e "leviana". A candidata ainda enfatizou: "Duvido muito que uma instituição que congregue bancos iria assumir uma posição tão precipitada e superficial como essa."
A análise foi feita pelo economista Frederick Jaspersen, que representou o IIF ? organismo que congrega os grandes bancos estrangeiros ? em um evento realizado no Palácio Imperial Hofburg, em Viena. Jaspersen afirmou que um eventual governo com a petista Dilma Rousseff tenderia ao aumento dos gastos públicos, ao relaxamento do controle da inflação e à alta dos juros.
Além disso, criticou Jaspersen, a petista enfatizaria a política industrial centrada nas empresas estatais e deixaria as agências regulatórias à mercê de pressões políticas. Em contrapartida, o economista do IIF afirmou que o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, endureceria o controle fiscal e reduziria os juros, o que resultaria na desvalorização do real.
Continuidade. Em entrevista concedida no Hotel Champs-Elysées Plaza, em Paris, além de responder às críticas do IIF, a presidenciável petista reforçou o compromisso de seu programa de governo com a estabilidade e o crescimento econômico e garantiu que, em caso de vitória, manterá a política externa de Lula.
Ela ainda fez críticas às sanções contra o Irã e comentou o objetivo de sua turnê pela Europa, quando encontrará líderes como o presidente da França, Nicolas Sarkozy, o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, o presidente do governo da Espanha, José Luis Zapatero, e o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates.
Hoje, Dilma ainda deve cumprir compromissos na França. Às 10 horas, ela concede entrevista ao jornal francês Le Monde. Às 17 horas, se encontrará com Nicolas Sarkozy. Um dos temas do encontro deve ser a compra de 36 caças pela Força Aérea Brasileira (FAB), iniciada em 2008. Uma das empresas concorrentes no processo é a francesa Dassault. Além disso, o pacote de compras brasileiras para a Defesa poderá envolver submarinos e armazenamentos, em negociação que poderá passar dos R$ 30 bilhões.
Amanhã, Dilma tomará o trem-bala das 15 horas para Bruxelas, onde será recebida, às 18 horas, pelo presidente da União Europeia, José Manuel Durão Barroso. O encontro precederá a reunião de cúpula do Conselho Europeu. A petista deve tratar da necessidade de um acordo entre a União Europeia e o Mercosul, cujas renegociações foram reabertas no mês passado. Na sexta-feira, Dilma seguirá para Madri.