29 junho 2010

Álvaro Dias é opção de quem está grogue


Paixão Barbos

A Tarde Online

Parece que os tucanos sentiram mais fortemente do que eu pensava a ultrapassagem que o seu candidato à Presidência, José Serra, sofreu por parte da candidata do PT, Dilma Rousseff. Porque somente alguém grogue poderia tomar a decisão que o PSDB adotou em relação à escolha do nome para ser candidato a vice-presidente na chapa de Serra.

Para mim, foge a qualquer linha de bom senso colocar o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) numa posição que está há tanto tempo indefinida. C0mo sempre ressalvo, é muito fácil errar em análises e previsões políticas, mas considero que escolher um nome cuja densidade eleitoral não ultrapassa os limites do seu Estado – e nem lá tem esses votos todos – e que é do sul do País, não vai acrescentar nada, em termos eleitorais, à campanha do candidato.

Quando nada porque o senso comum diz que o companheiro de chapa ideal deveria ser do Nordeste, região onde o presidente Lula tem o seu maior capital eleitoral e na qual os tucanos têm penado uma situação de míngua de votos. Para ser senador, e do PSDB, era melhor ter escolhido Sérgio Guerra, presidente nacional da legenda tucaana, que é de Pernambuco.

Depois de todo o desgaste sofrido com a demora em definir o nome do candidato a vice, o PSDB, na minha opinião, apenas escolheu sofrer um desgaste ainda maior. Até porque o nome de Álvaro Dias não foi aceito pelo DEM, que é o principal aliado tucano nesta eleição.

Alguns democratas chegaram a falar em rompimento da aliança e, embora eu não acredite, porque o DEM não tem outra opção, é um desgaste a mais, num momento em que a candidatura Serra vive o inferno astral de ter sido ultrapassado por sua principal concorrente e sem que haja uma contrapartida que justifique a decisão política ruim.

Enfim, Álvaro Dias não é a solução para os problemas do PSDB e apenas acrescenta alguns obstáculos a mais nesta já difícil caminhada de José Serra. Como o martelo não está batido, ainda há tempo – até esta quarta-feira – para corrigir o erro de intenção. Mas será um novo desgaste a se somar à quantidade de equívocos da campanha tucana.