05 maio 2010

União entre Mapfre e BB cria seguradora de R$ 10 bilhões em ativos

GIULIANA VALLONE
da Reportagem Local

O acordo entre Banco do Brasil e a seguradora espanhola Mapfre, anunciado em termos definitivos nesta quarta-feira, vai formar uma empresa de R$ 10 bilhões em ativos. A parceria, cujas discussões foram anunciadas em outubro do ano passado, cria a segunda maior seguradora do Brasil. Sem considerar os ramos de saúde, capitalização e previdência, a empresa seria a maior do mercado.

O negócio terá desembolso de R$ 295 milhões do BB e vai resultar em duas holdings, uma para as áreas de seguro de vida, prestamista (seguro de vida que, em caso de morte do titular, cobre o saldo devedor), agrícola, imobiliário e rural (em que a Mapfre terá 50,01% das ações ordinárias e a BB Seguros 49,99%) e outra para os seguros de ramos elementares, veículos e affinity (em que a Mapfre terá 51% das ações ON e a BB Seguros ficará com o resto).

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Um dos grandes atrativos da nova parceria será aliar a venda de seguros nas mais de cinco mil agências do BB ao serviço dos cerca de 11 mil corretores da Mapfre, ampliando a atuação das companhias.

O banco também anunciou hoje que acertou com a SulAmérica a compra dos 30% restantes da Brasilveículos, por R$ 340 milhões. As duas operações fazem parte do plano de reestruturação da área de seguros da instituição financeira, que quer que o segmento responda por 24% de seu resultado recorrente --que exclui efeitos extraordinários-- até 2012. Hoje, o percentual é de 13%, sem considerar os acordos anunciados nesta quarta.

No ano passado, o faturamento do mercado de seguros no Brasil somou R$ 108 bilhões, dos quais cerca de 10% vieram do BB. Com os novos negócios, a participação do banco deve subir para 18% do total, de acordo com o vice-presidente de Cartões e Novos Negócios de Varejo, Paulo Rogério Caffarelli.

"O mercado de seguros tem um potencial muito grande de crescimento no país", afirmou, ressaltando a importância do segmento para o banco.

Desembolsos
As duas operações vão custar ao Banco do Brasil R$ 635 milhões, que devem ser desembolsados assim que elas forem aprovadas pelos órgãos de regulação do mercado, o que deve acontecer em um prazo de dois meses.

Os desembolsos serão compensados pelo aumento dos ativos do banco nas duas empresas, mas devem ter efeito, ainda que "mínimo", segundo Caffarelli, no lucro líquido da instituição.

O presidente do BB, Aldemir Bendine, afirmou que a Mapfre e o BB continuam trabalhando de forma independente nos próximos meses, enquanto um comitê vai cuidar do processo de integração tecnológica --que deve ser concluído em seis meses.

A nova companhia estará operando sob bandeira única em um prazo de 12 meses, de acordo com Bendine. As vendas conjuntas de seguros, porém, podem começar a partir da integração de plataformas.

De acordo com o presidente da Mapfre no Brasil, Antonio Cássio dos Santos, as marcas BB e Mapfre serão mantidas nas vendas. A bandeira Banco do Brasil será utilizada nas cerca de 5 mil agências da instituição e a marca espanhola na comercialização de seguros pelos 11 mil corretores da Mapfre.