Reunido em Congresso Nacional, instância máxima do partido, o PT decidiu que nenhuma aliança estadual pode contrariar os interesses do seu objetivo central nas eleições de 2010: eleger Dilma Rousseff presidenta da República.
Para chegar a este objetivo, a direção nacional do partido entende que é necessário construir palanques fortes em todos os estados e, de preferência, que reuna todos os partidos membros da coalizão que dá sustentação ao governo Lula, o que não é fácil.
Acostumado a lançar candidaturas próprias em todos os estados, o PT lançará apenas dois candidatos a governador no Nordeste, região de maior popularidade de Lula. Sendo que os dois, Jaques Wagner (BA) e Marcelo Déda (SE), são candidatos a reeleição. Até no Piauí, depois de dois mandatos petistas, o partido apoiará a candidatura do PSB em nome do seu projeto nacional.
O caso que mais vem criando problema para a construção nacional é o do Maranhão, assunto que já tratei aqui. Uma parte do partido insiste em vetar uma coligação com o PMDB, um dos principais partidos da coalizão nacional, e se aventurar pela candidatura encabeçada pelo deputado federal Flávio Dino (PCdoB).
Nada contra o comunista. Considero-o um político de futuro promissor e, inclusive, apoiei sua candidatura a prefeito de São Luís em 2008, quando os petistas que hoje andam de braços dados a ele apoiaram veladamente João Castelo (PSDB). Porém, a virtuosa figura comunista não esconde o que está ao seu redor.
O que vem sendo desenhado no Maranhão é uma reedição da auto-entitulada e malfadada "Frente de Libertação", uma cooperativa de candidatos montada em 2006 pelo então governador, o ex-sarneysista Zé Reinaldo Tavares, com o intuito de derrotar a candidatura de Roseana Sarney. Na sanha para alcançar seu objetivo, Zé Reinaldo acabou cometendo crimes eleitorais que mais tarde causaram a cassação do mandato de Jackson Lago (PDT).
Assim como em 2006, Jackson Lago disponta como o candidato mais forte da cooperativa. A diferença é que na outra eleição o também ex-sarneysista Edson Vidigal fez o papel de escada de Jackson forçando o segundo turno, desta vez a função foi reservada para Flávio Dino.
Zé Reinaldo, inclusive, já anunciou em seu blog que o pacto de apoio recíproco num eventual segundo turno, idêntico ao outrora firmado por Jackson e Vidigal se repete na dobradinha Jackson e Dino.
Este pacto demonstra que as costuras políticas da oposição maranhense não têm por objetivo fortalecer a candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff e, portanto, não interessa ao PT.
O governador cassado Jackson Lago (PDT), apesar de ser filiado a um partido da base lulista e que apoiará a candidatura de Dilma Rousseff, disputará o governo do Maranhão para dar palanque para José Serra. Como pode-se conferir aqui e aqui. Além disso, a chapa majoritária encabeçada pelo pedetista poderá ser completada por três tucanos: Luiz Porto, Roberto Rocha e Edson Vidigal.
Agora imaginem, meus caros, se eleição presidencial e a eleição estadual no Maranhão forem para o segundo. Roseana, apoiando Dilma, baterá chapa contra Jackson Lago e seus tucanos e, neste não distante cenário, Flávio Dino está comprometido a ficar do lado dos apoiadores de José Serra!
O discurso anti-sarneysista
Convenhamos, nem ao PCdoB de Flávio Dino, nem ao PT cabe o papel de trincheira para o discurso vazio do anti-sarneysismo.
O PCdoB, partido legalizado por José Sarney quando este era presidente da República, compôs os dois primeiros governos Roseana. Isso, ressalte-se, quando ela ainda apoiava o governo FHC. Por que não apoiaria agora, que Roseana e seu grupo apoiam o governo Lula e darão forte palanque para a candidatura de Dilma Rousseff no Maranhão?
O PT, por outro lado, construiu sua trajetória no Maranhão combatendo o grupo do ex-presidente José Sarney, mas desde 2001, quando José Serra fulminou a candidatura presidencial de Roseana, Sarney e seu grupo tem apoiado Lula. Apoiou na eleição de 2002, na de 2006 e apoiará Dilma em 2010. Sarney apoiou o governo Lula em todos os momentos, inclusive nos mais difíceis. Quando muitos petistas tituberam, quando vários foram oportunistas e saíram do PT para fundar outros partidos e outros ficaram afinados ao discurso da oposição udenista, José Sarney foi leal ao presidente Lula.
Fortalecer o PT e a coalizão
Dentro do PT, repete-se a polarização da política maranhense. O grupo majoritário, chamado "Construindo um Novo Brasil" e liderado pelo ex-deputado federal Washington Luiz (foto), segue a estratégica desenhada pelo presidente Lula e pela campanha de Dilma e apoia a aliança com o PMDB com três condições, já aceitadas pela governadora Roseana Sarney: Indicar o vice, compor a coordenação de campanha e participar da formulação do programa de governo.
Neste termos o PT-MA sairia fortalecido como um dos protagonistas da política maranhense, teria condições de ampliar sua bancada parlamentar, teria espaço no futuro governo para implementar uma política petista e garantiria uma grande vitória para Dilma Rousseff no estado.
O outro lado do partido, sob a batuta de Domingos Dutra, diz querer construir um campo democrático e popular ao lado de figuras como Zé Reinaldo Tavares. Parece até que não sabem o jogo que está sendo jogado.
Dutra, que gosta de dar uma de radical e se declara uma mistura de Osama Bin Laden com Lampião, não se incomoda com a companhia de tucanos, mas chegou a fazer ameaças públicas de morte se fosse derrotado na disputa interna e afirma que fará greve de fome se a direção nacional do PT, dentro das suas atribuições legais, decidir pela aliança PMDB-PT no Maranhão.
Acusação da revista Veja
A revista Veja, a mesma que disse que a campanha de Lula fora financiada com doláres vindos de Cuba em caixas de whisky, que Lula tinha contas secretas no exterior, que Zé Dirceu mandou matar Celso Daniel e de tantos outros factóides, acusa agora a ala petista do PT-MA de ter comprado delegados para apoiar a tese de aliança com o PMDB.
Sinceramente, se a Veja está plantando factóide contra a aliança ela só pode ser a melhor opção.
Fonte: Blog do Braga: www.luizeduardobraga.blogspot.com
Para chegar a este objetivo, a direção nacional do partido entende que é necessário construir palanques fortes em todos os estados e, de preferência, que reuna todos os partidos membros da coalizão que dá sustentação ao governo Lula, o que não é fácil.
Acostumado a lançar candidaturas próprias em todos os estados, o PT lançará apenas dois candidatos a governador no Nordeste, região de maior popularidade de Lula. Sendo que os dois, Jaques Wagner (BA) e Marcelo Déda (SE), são candidatos a reeleição. Até no Piauí, depois de dois mandatos petistas, o partido apoiará a candidatura do PSB em nome do seu projeto nacional.
O caso que mais vem criando problema para a construção nacional é o do Maranhão, assunto que já tratei aqui. Uma parte do partido insiste em vetar uma coligação com o PMDB, um dos principais partidos da coalizão nacional, e se aventurar pela candidatura encabeçada pelo deputado federal Flávio Dino (PCdoB).
Nada contra o comunista. Considero-o um político de futuro promissor e, inclusive, apoiei sua candidatura a prefeito de São Luís em 2008, quando os petistas que hoje andam de braços dados a ele apoiaram veladamente João Castelo (PSDB). Porém, a virtuosa figura comunista não esconde o que está ao seu redor.
O que vem sendo desenhado no Maranhão é uma reedição da auto-entitulada e malfadada "Frente de Libertação", uma cooperativa de candidatos montada em 2006 pelo então governador, o ex-sarneysista Zé Reinaldo Tavares, com o intuito de derrotar a candidatura de Roseana Sarney. Na sanha para alcançar seu objetivo, Zé Reinaldo acabou cometendo crimes eleitorais que mais tarde causaram a cassação do mandato de Jackson Lago (PDT).
Assim como em 2006, Jackson Lago disponta como o candidato mais forte da cooperativa. A diferença é que na outra eleição o também ex-sarneysista Edson Vidigal fez o papel de escada de Jackson forçando o segundo turno, desta vez a função foi reservada para Flávio Dino.
Zé Reinaldo, inclusive, já anunciou em seu blog que o pacto de apoio recíproco num eventual segundo turno, idêntico ao outrora firmado por Jackson e Vidigal se repete na dobradinha Jackson e Dino.
Este pacto demonstra que as costuras políticas da oposição maranhense não têm por objetivo fortalecer a candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff e, portanto, não interessa ao PT.
O governador cassado Jackson Lago (PDT), apesar de ser filiado a um partido da base lulista e que apoiará a candidatura de Dilma Rousseff, disputará o governo do Maranhão para dar palanque para José Serra. Como pode-se conferir aqui e aqui. Além disso, a chapa majoritária encabeçada pelo pedetista poderá ser completada por três tucanos: Luiz Porto, Roberto Rocha e Edson Vidigal.
Agora imaginem, meus caros, se eleição presidencial e a eleição estadual no Maranhão forem para o segundo. Roseana, apoiando Dilma, baterá chapa contra Jackson Lago e seus tucanos e, neste não distante cenário, Flávio Dino está comprometido a ficar do lado dos apoiadores de José Serra!
O discurso anti-sarneysista
Convenhamos, nem ao PCdoB de Flávio Dino, nem ao PT cabe o papel de trincheira para o discurso vazio do anti-sarneysismo.
O PCdoB, partido legalizado por José Sarney quando este era presidente da República, compôs os dois primeiros governos Roseana. Isso, ressalte-se, quando ela ainda apoiava o governo FHC. Por que não apoiaria agora, que Roseana e seu grupo apoiam o governo Lula e darão forte palanque para a candidatura de Dilma Rousseff no Maranhão?
O PT, por outro lado, construiu sua trajetória no Maranhão combatendo o grupo do ex-presidente José Sarney, mas desde 2001, quando José Serra fulminou a candidatura presidencial de Roseana, Sarney e seu grupo tem apoiado Lula. Apoiou na eleição de 2002, na de 2006 e apoiará Dilma em 2010. Sarney apoiou o governo Lula em todos os momentos, inclusive nos mais difíceis. Quando muitos petistas tituberam, quando vários foram oportunistas e saíram do PT para fundar outros partidos e outros ficaram afinados ao discurso da oposição udenista, José Sarney foi leal ao presidente Lula.
Fortalecer o PT e a coalizão
Dentro do PT, repete-se a polarização da política maranhense. O grupo majoritário, chamado "Construindo um Novo Brasil" e liderado pelo ex-deputado federal Washington Luiz (foto), segue a estratégica desenhada pelo presidente Lula e pela campanha de Dilma e apoia a aliança com o PMDB com três condições, já aceitadas pela governadora Roseana Sarney: Indicar o vice, compor a coordenação de campanha e participar da formulação do programa de governo.
Neste termos o PT-MA sairia fortalecido como um dos protagonistas da política maranhense, teria condições de ampliar sua bancada parlamentar, teria espaço no futuro governo para implementar uma política petista e garantiria uma grande vitória para Dilma Rousseff no estado.
O outro lado do partido, sob a batuta de Domingos Dutra, diz querer construir um campo democrático e popular ao lado de figuras como Zé Reinaldo Tavares. Parece até que não sabem o jogo que está sendo jogado.
Dutra, que gosta de dar uma de radical e se declara uma mistura de Osama Bin Laden com Lampião, não se incomoda com a companhia de tucanos, mas chegou a fazer ameaças públicas de morte se fosse derrotado na disputa interna e afirma que fará greve de fome se a direção nacional do PT, dentro das suas atribuições legais, decidir pela aliança PMDB-PT no Maranhão.
Acusação da revista Veja
A revista Veja, a mesma que disse que a campanha de Lula fora financiada com doláres vindos de Cuba em caixas de whisky, que Lula tinha contas secretas no exterior, que Zé Dirceu mandou matar Celso Daniel e de tantos outros factóides, acusa agora a ala petista do PT-MA de ter comprado delegados para apoiar a tese de aliança com o PMDB.
Sinceramente, se a Veja está plantando factóide contra a aliança ela só pode ser a melhor opção.
Fonte: Blog do Braga: www.luizeduardobraga.blogspot.com