17 março 2010

Zé Dirceu: Oposição envia dossiês às redações

Publicado pelo ex-ministro José Dirceu em seu site:
"O chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, disse que todas as denúncias envolvendo o deputado cassado José Dirceu e o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, são "requentadas" e que o partido enfrentará esse tipo de situação durante toda a campanha. Ao chegar ao aniversário de Dirceu, ontem à noite, Carvalho disse que é "uma vergonha" a divulgação das acusações contra Vaccari e que se Lula não estivesse em Israel, iria à festa.

Assim a Folha de S.Paulo resume hoje as declarações do chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho sobre a atual ofensiva da imprensa, articulada com a campanha pró-José Serra e contra o PT. "Precisamos ter sangue frio e nervos de aço porque vai aparecer de tudo, vai haver um brutal 'requentamento' de 2005 agora. Nossos adversários acham que com isso vão fazer o povo mudar de opinião", registra a Folha.

A verdade nua e crua é que a campanha da oposição se organizou e - numa ação articulada e sincronizada - tem enviado dossiês à midia, às redações. Isso mesmo, os tão condenados dossiês da campanha passada! O primeiro objetivo é reativar a questão do chamado mensalão e a ampliar a campanha com falsas acusações, tipo Funaro.

Vale tudo, até depoimentos de cinco anos atrás

Para isso resgatam depoimentos velhos como esses do corretor de câmbio - atividade também conhecia como "doleiro" - Lúcio Bolonha Funaro prestados ao Ministério Público em 2005 em troca do benefício da delação premiada e os transformam agora em assunto de capa e das primeiras páginas dos jornais.

Temos detectado a busca em cartórios, nos tribunais e nos arquivos da imprensa de depoimentos e fatos para serem distorcidos, como no caso dos depoimentos do doleiro Funaro ou em operações mais complexas - e nem por isso menos grosseiras - como os episódios BANCOOP e Eletronet-Telebras.
Nisso não há nenhuma preocupação com a verdade ou com os fatos e as provas. O que interessa é o escândalo e a acusação. O principal é tirar de foco as denúncias contra o DEM-Brasília, que queiram ou não virou um escândalo nacional no qual o PSDB está envolvido até a medula (tinha secretários de Estado no governo José Roberto Arruda).
Tem tucano envolvido até com narcotráfico
O caso Pavan, por exemplo - Leonel Pavan, vice-governador tucano de SC, investigado e processado por tráfico de influência improbidade administrativa e suspeito de envolvimento com lavagem de dinheiro e narcotráfico - não tem nenhum cobertura da mídia nacional. O escândalo DEM-Brasília foi substituído nas manchetes dos jornais e capas das revistas pelos factóides BANCOOP, Eletronet-Telebras e Funaro.
O grave é que essa operação-dossiês, além da produção de falsas provas, está sendo realizada de comum acordo com os donos dos jornais e redações, com a participação explícita de jornalistas conscientes de que se prestam a fazer serviço sujo mandando às favas os manuais de redação e códigos de conduta.
Trata-se, portanto, de uma guerra sem Convenção de Genebra e sem tréguas. Como bem disse Gilberto Carvalho vamos manter o sangue frio, mas não ao ponto de não responder à altura a essa sujeira. Vamos fazê-lo, mas não com os instrumentos da oposição, já que para nós os fins não justificam os meios. Vamos para a disputa política e para a mobilização de nossa militância - o melhor que nós temos enquanto partido. Vamos para onde viemos, para o povo.