A queda do governador José Serra (PSDB-SP) na última pesquisa Datafolha sobre a sucessão presidencial e, conseqüentemente, o crescimento da candidata do PT Dilma Rousself vem causando alvoroço por todo o ninho tucano. Alguns líderes do PSDB admitem que a demora do partido em definir o seu pré-candidato contribuiu para o crescimento da ministra Dilma, mas o fato é que quanto mais Dilma se apresenta à sociedade brasileira como candidata do PT, apoiada pelo próprio presidente Lula, mais ela sobe nas pesquisas de intenção de votos, numa demonstração clara de que a população aprova o atual governo.
No caminho inverso, ter a imagem atrelada à do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso faz Serra despencar, e não é por menos, sua gestão foi marcada pelo desmonte dos serviços públicos, por conta da famigerada série de privatizações. A polarização da disputa entre estes dois partidos tem dado a corrida eleitoral aspectos de "plebiscito", portanto, as comparações serão inevitáveis.
Desqualificar o debate como faz o deputado Pedro Tobias nesta coluna Opinião (em 2 de março) é confessar o desespero ante a real e absoluta possibilidade de um terceiro mandato do Partido dos Trabalhadores. Poderíamos pautar aqui os debates no campo das idéias e em programas de governo, mas o deputado prefere dar a eles um tom mais policialesco, quando afirma que um dos coordenadores da campanha de Dilma é o chefe da quadrilha do mensalão, referindo-se a José Dirceu.
Se o desespero se justifica, tal vocabulário também, pois o termo quadrilha vem fazendo parte da vida orgânica do PSDB e seu eterno braço aliado DEM. Poderíamos falar de algumas: quadrilha da Associação Hospitalar de Bauru. Quadrilha do Arruda, governador do Distrito Federal. Quadrilha que superfaturou o Rodoanel (a pressa em inaugurar a obra provocou desabamento). O escândalo do Sivan, o caso Marka/ FonteCindam, a farra do Proer, etc.
Mas prefiro falar do apego do seu partido ao receituário neoliberal: redução do papel do Estado, privatizações, técnicas da iniciativa privada aplicadas mecanicamente na gestão pública. Ressalto também as sucessivas investidas para criminalizar movimentos sociais, como o recente Caso Cutrale, assim como a impiedosa perseguição à população em situação de rua (higienização) e os despejos em massa na região metropolitana de São Paulo.
Vitimado por estas políticas de inspiração neoliberal, o nosso Estado, comandado ao longo destes vinte anos por seu partido, perdeu participação no PIB nacional. Também no período, o Estado foi palco do maior processo de transferência de patrimônio público para grupos privados de que se tem notícia no País.
As mazelas do modo tucano de governar, com ênfase na gestão José Serra, e os resultados das conquistas do governo Lula serão submetidas a um necessário julgamento político neste ano em que o povo volta às urnas para escolher novos governantes. É esse o debate que devemos fazer e o faremos sempre.
O autor, Fabrício Carlos Genaro, é membro do Diretório Municipal do PT - Bauru
No caminho inverso, ter a imagem atrelada à do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso faz Serra despencar, e não é por menos, sua gestão foi marcada pelo desmonte dos serviços públicos, por conta da famigerada série de privatizações. A polarização da disputa entre estes dois partidos tem dado a corrida eleitoral aspectos de "plebiscito", portanto, as comparações serão inevitáveis.
Desqualificar o debate como faz o deputado Pedro Tobias nesta coluna Opinião (em 2 de março) é confessar o desespero ante a real e absoluta possibilidade de um terceiro mandato do Partido dos Trabalhadores. Poderíamos pautar aqui os debates no campo das idéias e em programas de governo, mas o deputado prefere dar a eles um tom mais policialesco, quando afirma que um dos coordenadores da campanha de Dilma é o chefe da quadrilha do mensalão, referindo-se a José Dirceu.
Se o desespero se justifica, tal vocabulário também, pois o termo quadrilha vem fazendo parte da vida orgânica do PSDB e seu eterno braço aliado DEM. Poderíamos falar de algumas: quadrilha da Associação Hospitalar de Bauru. Quadrilha do Arruda, governador do Distrito Federal. Quadrilha que superfaturou o Rodoanel (a pressa em inaugurar a obra provocou desabamento). O escândalo do Sivan, o caso Marka/ FonteCindam, a farra do Proer, etc.
Mas prefiro falar do apego do seu partido ao receituário neoliberal: redução do papel do Estado, privatizações, técnicas da iniciativa privada aplicadas mecanicamente na gestão pública. Ressalto também as sucessivas investidas para criminalizar movimentos sociais, como o recente Caso Cutrale, assim como a impiedosa perseguição à população em situação de rua (higienização) e os despejos em massa na região metropolitana de São Paulo.
Vitimado por estas políticas de inspiração neoliberal, o nosso Estado, comandado ao longo destes vinte anos por seu partido, perdeu participação no PIB nacional. Também no período, o Estado foi palco do maior processo de transferência de patrimônio público para grupos privados de que se tem notícia no País.
As mazelas do modo tucano de governar, com ênfase na gestão José Serra, e os resultados das conquistas do governo Lula serão submetidas a um necessário julgamento político neste ano em que o povo volta às urnas para escolher novos governantes. É esse o debate que devemos fazer e o faremos sempre.
O autor, Fabrício Carlos Genaro, é membro do Diretório Municipal do PT - Bauru
Fonte: Jornal Cidade de Bauru