12 março 2010

No Brasil, filha de Che apoia Havana e ironiza greve de fome de dissidente morto

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
A pediatra cubana Aleida Guevara March, filha do líder revolucionário Ernesto Che Guevara, afirmou ontem em Salvador que os dissidentes políticos detidos em Cuba que fazem greve de fome são "delinquentes comuns" e criticou os grupos de direitos humanos que pedem a libertação deles.
As críticas de Aleida foram feitas em palestra promovida pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) num auditório da Universidade Federal da Bahia.
Para a pediatra, os grevistas são "personagens criados pela mídia para caluniar Cuba" e recebem dinheiro de empresários dos EUA e da Europa que são "contrários à Revolução Cubana".
"Normalmente um preso faz greve de fome para conseguir sua liberdade. Mas este queria TV, telefone e cozinha. Isso é absurdo, ele deveria ter sido tratado por psiquiatras. Não era um preso político", disse ela, em referência a Orlando Zapata Tamayo, que morreu em fevereiro após 85 dias de greve de fome.
Aleida também reclamou de grupos de defesa dos direitos humanos que demandam a libertação de quase 30 oposicionistas -reivindicação, por exemplo, do dissidente Guillermo Fariñas, atualmente em greve de fome.
Ela citou o caso de uma epidemia de dengue na década de 1980 que matou 101 crianças em Cuba, que, segundo ela, foi causada por agentes da CIA (inteligência dos EUA).
"Que associação de direitos humanos fez algo pelo povo cubano contra aquele e outros crimes? E com que direito eles agora criticam algo sobre a soberania de Cuba?", perguntou.