Aliado de Arruda diz que vai concorrer ao governo do DF
Deputado Alberto Fraga (DEM) é o primeiro político local a se apresentar após crise
Secretário afirma que "tem muita coisa boa que precisa dar continuidade'; possível candidatura é mais uma dor de cabeça para o DEM
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado federal Alberto Fraga (DEM), um dos mais próximos colaboradores do governador afastado José Roberto Arruda (ex-DEM), anunciou ontem que será candidato ao governo do Distrito Federal "porque tem muita coisa boa que precisa dar continuidade". É o primeiro político local, em três meses de crise, a se apresentar à disputa -o nome mais forte especulado é o do ex-governador Joaquim Roriz (PSC).
Desde que Arruda foi preso, há 19 dias, acusado de tentar subornar uma testemunha do escândalo do mensalão do DEM, Fraga já o visitou duas vezes. A Folha apurou que ontem ele teria um terceiro encontro, mas desistiu após a imprensa divulgar que Arruda tem mandado recados de dentro da prisão a antigos correligionários e citar Fraga como interlocutor dessas ameaças.
Secretário de Transportes na gestão de Arruda, Fraga só vai deixar o cargo nesta semana por imposição do DEM, que o ameaçou de expulsão.
A candidatura significa mais uma dor de cabeça para o partido, que tenta sair da crise em que mergulhou ao ter seu único governador flagrado recebendo supostamente propina e preso por tentativa de suborno. Arruda e outros nomes do partido no DF se desfiliaram, o que não foi suficiente para desvincular a crise da legenda.
O presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia (RJ), mostrou-se contrariado. "Ainda não está na hora de discutirmos isso", disse. A decisão sobre se Fraga terá ou não a legenda, ressaltou, será do senador Marco Maciel (PE), escalado para indicar o novo diretório do partido no DF, dissolvido com a crise.
Fraga nega agir a mando de Arruda. "Sempre tive minha vida solitária na política, mas também não vou abandonar os meus amigos. Eu fui uma das pessoas que mais o ajudou [Arruda] a chegar ao governo." Ele cobra do partido celeridade na decisão. "Da minha parte o [José] Serra pode ficar despreocupado, porque em Brasília, se ele quiser, terá palanque", disse, em referência à provável candidatura tucana à Presidência.
O DEM promete expulsar o suplente de deputado distrital Geraldo Naves da legenda nesta semana e de forma sumária. Naves está preso, acusado de ser um dos intermediários da suposta tentativa de suborno a uma das testemunhas do escândalo.
A pressa do DEM tem relação com a decisão do deputado distrital Júnior Brunelli (PSC) de renunciar ao mandato para evitar processo de cassação. Ele aparece num dos vídeos de Durval recebendo supostamente propina. Naves é suplente de Brunelli e terá 20 dias para assumir o mandato, mesmo preso.
Com a renúncia de Brunelli, do vice-governador Paulo Octávio e do deputado distrital Leonardo Prudente, a Câmara Legislativa deverá se concentrar nos processos contra a deputada Eurides Brito (PMDB), flagrada recebendo supostamente propina de Durval, e no de Arruda.
Nesta semana, o plenário da Casa irá decidir sobre o futuro de Arruda ao votar o pedido de impeachment, visando a evitar a intervenção federal no DF, pedida pela Procuradoria Geral da República.
Ao jornal "O Globo", o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, disse que a proposta do governo, caso haja intervenção, é que o Senado funcione como Câmara Legislativa enquanto durar o processo.
Deputado Alberto Fraga (DEM) é o primeiro político local a se apresentar após crise
Secretário afirma que "tem muita coisa boa que precisa dar continuidade'; possível candidatura é mais uma dor de cabeça para o DEM
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O deputado federal Alberto Fraga (DEM), um dos mais próximos colaboradores do governador afastado José Roberto Arruda (ex-DEM), anunciou ontem que será candidato ao governo do Distrito Federal "porque tem muita coisa boa que precisa dar continuidade". É o primeiro político local, em três meses de crise, a se apresentar à disputa -o nome mais forte especulado é o do ex-governador Joaquim Roriz (PSC).
Desde que Arruda foi preso, há 19 dias, acusado de tentar subornar uma testemunha do escândalo do mensalão do DEM, Fraga já o visitou duas vezes. A Folha apurou que ontem ele teria um terceiro encontro, mas desistiu após a imprensa divulgar que Arruda tem mandado recados de dentro da prisão a antigos correligionários e citar Fraga como interlocutor dessas ameaças.
Secretário de Transportes na gestão de Arruda, Fraga só vai deixar o cargo nesta semana por imposição do DEM, que o ameaçou de expulsão.
A candidatura significa mais uma dor de cabeça para o partido, que tenta sair da crise em que mergulhou ao ter seu único governador flagrado recebendo supostamente propina e preso por tentativa de suborno. Arruda e outros nomes do partido no DF se desfiliaram, o que não foi suficiente para desvincular a crise da legenda.
O presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia (RJ), mostrou-se contrariado. "Ainda não está na hora de discutirmos isso", disse. A decisão sobre se Fraga terá ou não a legenda, ressaltou, será do senador Marco Maciel (PE), escalado para indicar o novo diretório do partido no DF, dissolvido com a crise.
Fraga nega agir a mando de Arruda. "Sempre tive minha vida solitária na política, mas também não vou abandonar os meus amigos. Eu fui uma das pessoas que mais o ajudou [Arruda] a chegar ao governo." Ele cobra do partido celeridade na decisão. "Da minha parte o [José] Serra pode ficar despreocupado, porque em Brasília, se ele quiser, terá palanque", disse, em referência à provável candidatura tucana à Presidência.
O DEM promete expulsar o suplente de deputado distrital Geraldo Naves da legenda nesta semana e de forma sumária. Naves está preso, acusado de ser um dos intermediários da suposta tentativa de suborno a uma das testemunhas do escândalo.
A pressa do DEM tem relação com a decisão do deputado distrital Júnior Brunelli (PSC) de renunciar ao mandato para evitar processo de cassação. Ele aparece num dos vídeos de Durval recebendo supostamente propina. Naves é suplente de Brunelli e terá 20 dias para assumir o mandato, mesmo preso.
Com a renúncia de Brunelli, do vice-governador Paulo Octávio e do deputado distrital Leonardo Prudente, a Câmara Legislativa deverá se concentrar nos processos contra a deputada Eurides Brito (PMDB), flagrada recebendo supostamente propina de Durval, e no de Arruda.
Nesta semana, o plenário da Casa irá decidir sobre o futuro de Arruda ao votar o pedido de impeachment, visando a evitar a intervenção federal no DF, pedida pela Procuradoria Geral da República.
Ao jornal "O Globo", o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto, disse que a proposta do governo, caso haja intervenção, é que o Senado funcione como Câmara Legislativa enquanto durar o processo.