15 março 2010

Empresários veem ex-ministro como "avalista" de Dilma

Para mercado, presença de Antonio Palocci dá "respaldo e segurança" à futura campanha presidencial de ministra

Jorge Gerdau diz que em um mundo com tendências extremistas, ter uma pessoa de bom senso como o ex-ministro traz tranquilidade
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

"Diga-me com quem tu andas, e eu direi quem tu és". Com essa citação bíblica o empresário Jorge Gerdau define a importância do papel do ex-ministro Antonio Palocci Filho na futura campanha à Presidência da chefe da Casa Civil de Lula, Dilma Rousseff.
Empresário com excelente trânsito com o presidente Lula, Gerdau diz que, em um "mundo em que há sempre tendências extremistas, ter uma pessoa de bom senso e equilíbrio ao lado como o Palocci traz tranquilidade ao mercado".
Ao ser questionado se temia uma guinada "extremista" por parte de Dilma, caso ela ganhe as eleições presidenciais, o dono do Grupo Gerdau, uma multinacional brasileira, diz que não: "A experiência que ela obteve no governo Lula, quando soube conduzir com equilíbrio esse processo, mostra que não deverá haver mudanças significativas".
Seguindo a mesma linha de Gerdau, o presidente da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), Benjamin Steinbruch, diz que o ex-ministro da Fazenda será o "interlocutor e apresentador" de Dilma no meio empresarial.
A expectativa de Steinbruch é que a ministra, sendo vitoriosa nas eleições, tenha a seu lado Palocci. "Ele seria um dos avalistas da ministra. Não que ela precise de avalistas, mas avalista no sentido de continuar com o histórico de interlocução, flexibilidade e abertura que o governo do presidente Lula teve com a classe empresarial", diz o empresário.
O presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), Paulo Safady Simão, é outro que diz não temer uma guinada à esquerda de Dilma, caso ela seja eleita, e conta com a presença de Palocci para dar "respaldo e segurança" à campanha presidencial da ministra da Casa Civil.
"Eu avalio que não é só o Palocci, o Pimentel também, os dois são um sinal de que não teremos um governo estatizante se a ministra Dilma ganhar as eleições", afirma o empresário, interlocutor do ex-ministro da Fazenda, que se aproximou de Dilma a ponto de seus aliados dizerem que eles são hoje "dois grandes amigos".