17 março 2010

Decisão no DF é o jeitinho brasileiro no seu melhor

FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
José Roberto Arruda foi o pivô do mais bem documentado escândalo de corrupção da história brasileira. Ele alega ser inocente. Mas vídeos em profusão mostraram seus aliados escondendo maços de dinheiro nos lugares mais recônditos de suas vestimentas.
O Democratas, de maneira pusilânime, não o expulsou de maneira imediata. Negociações de bastidores ocorreram para que Arruda saísse sozinho.
Agora, o governador está sendo cassado por um crime que, a rigor, não cometeu: o TRE o cassou por infidelidade partidária. O que ocorreu, na realidade, foi que o Democratas forçou Arruda a sair do partido. Só quem chegou de Marte agora não conhece essa história.
A decisão é conveniente a todos. É o jeitinho brasileiro elevado à máxima potência.
Se não recorrer, Arruda não é mais governador. Logo, não tem mais o poder de obstruir a Justiça e pode sair da cadeia.
Na Câmara do DF (essa anomalia), o processo de impeachment terá de ser extinto. A intervenção também perde força.
Por fim, o próprio Arruda pode dar uma sumida e voltar quando bem entender, candidato a alguma coisa, pois só perdeu o mandato, não o direito de concorrer nas eleições.
Perfeita a análise do Fernando Rodrigues. Foi uma bela tramóia, foi tudo muito bem combinado. Arruda é o grande beneficiado