Sexta-feira, dia 15 de janeiro, no auditório da Caixa Econômica Federal, à rua Almirante Barroso, 25, centro da cidade do Rio de Janeiro, estava sendo exibido o documentário do cineasta Sílvio Tendler sobre o ex-deputado e militante revolucionário Carlos Marighella e haveria um debate sobre a COMISSÃO DA VERDADE, constante do PLANO NACIONAL DE DIREITOS HUMANOS (vai revelar os documentos secretos da ditadura militar sobre tortura e óbvio, os nomes dos torturadores), quando uma ameaça de bomba no prédio fez com que o evento fosse encerrado e a Polícia chamada a uma “geral”.
Ao final de longa e deliberada verificação (a Polícia é cúmplice desse tipo de atividade, por ação ou omissão, mas é sempre cúmplice), constatou-se que não havia bomba alguma. O vereador Marcelo Santa Cruz, da cidade de Olinda, lembrou-se da bomba explodida por militares ao tempo da ditadura na sede da OAB do Rio de Janeiro e que matou a secretária Lídia Monteiro. O crime permanece impune até hoje e à época foi atribuído a forças que resistiam à barbárie militar.
O senador republicano Joe McCarthy, no final da década de 40 e início da década de 50, século passado, desfechou uma ação contra supostos comunistas nos EUA, chamados de traidores. Os estúdios de Hollywood foram virados de cabeça para baixo e centenas de roteiristas, diretores, atores e atrizes foram acusados de práticas “anti-norte-americanas, banidos do trabalho, dentre eles Charles Chaplin. Saiu do país para não ser preso.
A ação de McCarthy estendeu-se a todos os setores sociais dos Estados Unidos, gerou uma histeria coletiva e muitos cidadãos foram presos por delação movida por razões ou motivos pessoais. Vizinho chato? Com certeza comunista. McCarthy mandava intimar. Era parceiro de J. Edgard Hoover, diretor do FBI por décadas e especialista em chantagens. Grava os seus adversários e em qualquer situação adversa chantageava.
Em 1954, desmoralizado e beirando a loucura plena e absoluta, o inquisidor acabou sendo banido do Senado e demitido de um cargo que ocupava de embaixador pelo então presidente Eisenhower.
O esquema era simples. Quer criar uma situação que complique seu inimigo, seu adversário, alguém que tenha lhe desagradado? Pegue um capitão do exército brasileiro, um sargento, dê-lhes um carro com placa fria e coisa e tal, mande-os ao RIO CENTRO. Levarão uma bomba a um local onde estava ocorrendo um show de música e lógico, com músicos “esquerdistas”. Colocam a bomba, explode a bomba, morrem muitas pessoas e pronto. É o cenário ideal para que os boçais saiam dos quartéis e venham para as ruas garantir a pátria contra o “terrorismo”.
O diabo é que a bomba, por um defeito qualquer, explodiu no colo do sargento e caiu num outro colo, o da extrema-direita alucinada das forças armadas brasileiras, acabou tirando o fôlego para novas ações terroristas, aquele história de momento desfavorável.
O sargento morreu e o capitão salvou-se depois de muitas intervenções cirúrgicas, permaneceu na vida militar, o caso foi abafado, evidente e valeu ao jornal O PASQUIM uma de suas primeiras páginas mais jocosas, acima de tudo, das mais contundentes exibições de imprensa livre e digna contra a ditadura. Tratou da genitália do sargento, decepada pela bomba.
Em Bakersfield, a cem quilômetros de Los Angeles, o aeroporto foi fechado, evacuado e os vôos desviados. Francisco Ramirez, um jardineiro de 31 anos de idade estava com cinco garrafas de “gatorade” contendo um “líquido estranho”.
Preso, levado a interrogatório, já imagino o interrogatório padrão campo de Guantánamo, tudo porque os líquidos fizeram disparar o alarme do aeroporto.
FBI, cães farejadores de explosivos, corpo de bombeiros, uma força tarefa conjunta contra o “terrorismo”, a busca por cúmplice de Ramirez e dois agentes de segurança internados às pressas num hospital. Ao tentar abrir as garrafas, os frascos, sentiram náuseas.
Fim da neurose, os frascos continham mel. As análises comprovaram isso.
Deve ser duro viver num país com a missão divina de salvar o mundo e derrotar o “terrorismo”.
E um detalhe. Os agentes queriam que Ramirez os informasse se o mel que levava era de abelhas muçulmanas.
Um general torturador chamado Geraldo Almendra, desses que vomita “patriotismo” no conceito do pensador inglês Samuel Johnson – “o patriotismo é o último refúgio do canalha –, mandou uma carta a Lula descendo o bambu no presidente da República, acusando-o de comunista, de anarquista, de sindicalista desqualificado, de incitar o País à violência e ao ódio contra as forças armadas e vociferando e rugindo contra o Plano Nacional de Direitos Humanos que vai revelar os documentos da ditadura.
Tipo assim mostrar que ao tempo em que Almendra, Brilhante Ulstra, Romeu Tuma, Sérgio Paranhos Fleury, prendiam os tais “terroristas” que resistiam à ditadura norte-americana implantada no Brasil sob comando do general Vernon Whalters, disfarçada de defesa da “democracia” e escoimada no tal “patriotismo, as mulheres “terroristas”, para serem “libertadas” do demônio comunista, eram estupradas sistematicamente pelos bravos patriotas.
Exorcismo patriótico. Choque elétrico, pau de arara, estupro e por fim, morriam atropelados/as nas ruas de São Paulo. Os caminhões do jornal FOLHA DE SÃO PAULO, entre outras empresas, pegavam os corpos nos quartéis da tortura e os deixava numa via pública. A família era informada do “atropelamento” e os corpos entregues em caixões lacrados. O doutor Harry Shibata, banido da medicina pelos órgãos específicos da categoria, dava os atestados de óbitos ao sabor das conveniências da ditadura e seus patriotas.
Registre-se que essas pessoas foram brutalizadas, torturadas e assassinados quando estavam indefesas, sem condições de lutar pela própria vida, na “bravura” dos Almendras da vida. Medalha de “heróis da covardia”.
Não querem que a História do Brasil registre esse momento de canalhice e subserviência, de barbárie e terrorismo real dos militares que deram o golpe de 1964 a mando e a soldo dos EUA e das elites econômicas do País.
São patriotas, estão à margem da lei. Não percebem que cometeram crime de lesa humanidade, definidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Os filmes de Hollywood, os western principalmente, tinham uma lógica simples. Mocinho e bandido e no fim o clássico beijo do mocinha na mocinha. Essa sofria o filme inteiro até que John Wayne conseguisse eliminar os rancheiros (latifundiários) que roubavam terras e água (que nem Israel na Palestina) dos pequenos produtores.
De McCarthy para cá essa cultura simples de mocinho e bandido começou a mudar. Começaram a surgir filmes onde o bandido vencia e no final das contas, confundindo a cabeça do incauto espectador, afinal, quem era o bandido? O mocinho? Ou o bandido mesmo?
Hoje é regra geral o bandido vencer.
Chegou (óbvio ululante) a GLOBO e suas novelas. Odete Hoitman (acho que é isso), a mais célebre vilã das novelas. No final, o bandido representado pelo excelente ator Reginaldo Farias, foge com a grana do crime cometido e de dentro de avião, ao som da música de Cazuza, dá uma banana para toda a bela paisagem do Rio vista do alto, debaixo ou do meio.
Brasil, mostra a tua cara...” Tem cara de Almendra, de José Collor Serra, de FHC, de Yeda Crusius, de Nelson Jobim, de Reinold Stephanes, de Gilmar Mendes, de José Roberto Arruda...
Mas... O culpado é o Protógenes que cismou de prender o bandido. Ora como prender o bandido, Daniel Dantas, se a bandidagem está aí firme e forte espalhada como câncer por todo o tecido das instituições públicas? Do Estado?
A maior parte dos críticos considera que Marlon Brando foi o maior ator cinematográfico de todos os tempos. Se não foi, com certeza é um dos maiores. Ele, Roberto de Niro, Gene Hackman e outros evidentes. Os “blues eyes de Beth Davis”. As fantásticas pernas de Marlene Dietrich. Carregavam e faziam andar o talento, a genialidade. Se fossem só pernas Cid Charisse terminaria empatada com La Dietrich.
Marlon Brando em 2 de maio de 1960 postou-se com milhares de pessoas e muitos deles atores, à frente do “açougue” de San Quentin, chamado penitenciária, para protestar contra a execução de Caryl Chessman na câmara de gás. Quinze anos após a sua condenação. Quando recebeu o “Oscar” mandou sua namorada índia ir buscar a estatueta, trazendo para o centro do espetáculo a causa indígena nos EUA.
E pouco antes de sua morte denunciou que os estúdios de Hollywood estavam fechados a atores como ele, pois eram controlados por grupos de judeus sionistas. Execrado pela mídia, podre como sempre, acabou se desculpando e custaram a perceber que a desculpa dizia respeito ao povo judeu e não aos judeus sionistas.
A “suposta” bomba durante a exibição do documentário de Tendler, a lembrança de Marighella, a ação terrorista dos militares golpistas de 1964, Operação Condor, OBAN, a reação dos militares ao Plano Nacional de Direitos Humanos, tudo isso e mais muitas coisas servem para mostrar que paira sobre o Brasil o mesmo perigo que pairava em 1964 até a consumação do golpe.
As elites não admitem que lhes seja tirado o modelo FIESP/DASLU.
O jogo em 2010 vai ser pesado e muito.
Já imagino quantas vezes Nelson Jobim vai aparecer de “general da banda” nesse enredo tétrico e que precisa ser mostrado para que se saiba que os boçais estão ainda com o porrete nas mãos e continuam boçais.
Quanto ao incauto cidadão, esse precisa aprender que aquele negócio de mocinho matando bandido e terminando com a mocinha é coisa do passado, saudosismo besta. E levar a sério aquele aviso que volta e meia aparece na telinha para que não se tente fazer o mesmo que o caçador de crocodilos ou de serpentes, pois ele é treinado para isso. Inclusive fazer o incauto cidadão de bocó.
No mais, todos atentos vem aí a primeira eliminação do Big Brother e para evitar maiores problemas a GLOBO dessa vez botou na casa uma PM (policial militar) que além de bater, diz que gosta de apanhar.
Está dando uma baita banana para o Brasil e os brasileiros.
Vem aí o general Almendra em seu alazão branco, ao lado do “general da banda” Nelson Jobim para nos “libertar” a todos dos males do anarco/comunismo/sindicalismo/terrorismo, tudo pago em dólares e em “patriotismo,” moeda dessa gente. Cunhada nos porões da tortura, dos estupros e assassinatos de presos políticos indefesos. Os que resistiam à boçalidade da ditadura no tal golpe de 1964.
Continuam aí. Deram um golpe em Honduras sob as bênçãos do cardeal, entraram em palácio carregando a imagem de Cristo, na canalhice típica da exploração barata e consentida da Igreja Católica.Têm 13 bases militares na Colômbia do narcotraficante Álvaro Uribe e agora brincam de presidente garçom com o branquelo Obama.
O Haiti, já dizia a música, é aqui. É toda a América Latina.
Ao final de longa e deliberada verificação (a Polícia é cúmplice desse tipo de atividade, por ação ou omissão, mas é sempre cúmplice), constatou-se que não havia bomba alguma. O vereador Marcelo Santa Cruz, da cidade de Olinda, lembrou-se da bomba explodida por militares ao tempo da ditadura na sede da OAB do Rio de Janeiro e que matou a secretária Lídia Monteiro. O crime permanece impune até hoje e à época foi atribuído a forças que resistiam à barbárie militar.
O senador republicano Joe McCarthy, no final da década de 40 e início da década de 50, século passado, desfechou uma ação contra supostos comunistas nos EUA, chamados de traidores. Os estúdios de Hollywood foram virados de cabeça para baixo e centenas de roteiristas, diretores, atores e atrizes foram acusados de práticas “anti-norte-americanas, banidos do trabalho, dentre eles Charles Chaplin. Saiu do país para não ser preso.
A ação de McCarthy estendeu-se a todos os setores sociais dos Estados Unidos, gerou uma histeria coletiva e muitos cidadãos foram presos por delação movida por razões ou motivos pessoais. Vizinho chato? Com certeza comunista. McCarthy mandava intimar. Era parceiro de J. Edgard Hoover, diretor do FBI por décadas e especialista em chantagens. Grava os seus adversários e em qualquer situação adversa chantageava.
Em 1954, desmoralizado e beirando a loucura plena e absoluta, o inquisidor acabou sendo banido do Senado e demitido de um cargo que ocupava de embaixador pelo então presidente Eisenhower.
O esquema era simples. Quer criar uma situação que complique seu inimigo, seu adversário, alguém que tenha lhe desagradado? Pegue um capitão do exército brasileiro, um sargento, dê-lhes um carro com placa fria e coisa e tal, mande-os ao RIO CENTRO. Levarão uma bomba a um local onde estava ocorrendo um show de música e lógico, com músicos “esquerdistas”. Colocam a bomba, explode a bomba, morrem muitas pessoas e pronto. É o cenário ideal para que os boçais saiam dos quartéis e venham para as ruas garantir a pátria contra o “terrorismo”.
O diabo é que a bomba, por um defeito qualquer, explodiu no colo do sargento e caiu num outro colo, o da extrema-direita alucinada das forças armadas brasileiras, acabou tirando o fôlego para novas ações terroristas, aquele história de momento desfavorável.
O sargento morreu e o capitão salvou-se depois de muitas intervenções cirúrgicas, permaneceu na vida militar, o caso foi abafado, evidente e valeu ao jornal O PASQUIM uma de suas primeiras páginas mais jocosas, acima de tudo, das mais contundentes exibições de imprensa livre e digna contra a ditadura. Tratou da genitália do sargento, decepada pela bomba.
Em Bakersfield, a cem quilômetros de Los Angeles, o aeroporto foi fechado, evacuado e os vôos desviados. Francisco Ramirez, um jardineiro de 31 anos de idade estava com cinco garrafas de “gatorade” contendo um “líquido estranho”.
Preso, levado a interrogatório, já imagino o interrogatório padrão campo de Guantánamo, tudo porque os líquidos fizeram disparar o alarme do aeroporto.
FBI, cães farejadores de explosivos, corpo de bombeiros, uma força tarefa conjunta contra o “terrorismo”, a busca por cúmplice de Ramirez e dois agentes de segurança internados às pressas num hospital. Ao tentar abrir as garrafas, os frascos, sentiram náuseas.
Fim da neurose, os frascos continham mel. As análises comprovaram isso.
Deve ser duro viver num país com a missão divina de salvar o mundo e derrotar o “terrorismo”.
E um detalhe. Os agentes queriam que Ramirez os informasse se o mel que levava era de abelhas muçulmanas.
Um general torturador chamado Geraldo Almendra, desses que vomita “patriotismo” no conceito do pensador inglês Samuel Johnson – “o patriotismo é o último refúgio do canalha –, mandou uma carta a Lula descendo o bambu no presidente da República, acusando-o de comunista, de anarquista, de sindicalista desqualificado, de incitar o País à violência e ao ódio contra as forças armadas e vociferando e rugindo contra o Plano Nacional de Direitos Humanos que vai revelar os documentos da ditadura.
Tipo assim mostrar que ao tempo em que Almendra, Brilhante Ulstra, Romeu Tuma, Sérgio Paranhos Fleury, prendiam os tais “terroristas” que resistiam à ditadura norte-americana implantada no Brasil sob comando do general Vernon Whalters, disfarçada de defesa da “democracia” e escoimada no tal “patriotismo, as mulheres “terroristas”, para serem “libertadas” do demônio comunista, eram estupradas sistematicamente pelos bravos patriotas.
Exorcismo patriótico. Choque elétrico, pau de arara, estupro e por fim, morriam atropelados/as nas ruas de São Paulo. Os caminhões do jornal FOLHA DE SÃO PAULO, entre outras empresas, pegavam os corpos nos quartéis da tortura e os deixava numa via pública. A família era informada do “atropelamento” e os corpos entregues em caixões lacrados. O doutor Harry Shibata, banido da medicina pelos órgãos específicos da categoria, dava os atestados de óbitos ao sabor das conveniências da ditadura e seus patriotas.
Registre-se que essas pessoas foram brutalizadas, torturadas e assassinados quando estavam indefesas, sem condições de lutar pela própria vida, na “bravura” dos Almendras da vida. Medalha de “heróis da covardia”.
Não querem que a História do Brasil registre esse momento de canalhice e subserviência, de barbárie e terrorismo real dos militares que deram o golpe de 1964 a mando e a soldo dos EUA e das elites econômicas do País.
São patriotas, estão à margem da lei. Não percebem que cometeram crime de lesa humanidade, definidos na Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Os filmes de Hollywood, os western principalmente, tinham uma lógica simples. Mocinho e bandido e no fim o clássico beijo do mocinha na mocinha. Essa sofria o filme inteiro até que John Wayne conseguisse eliminar os rancheiros (latifundiários) que roubavam terras e água (que nem Israel na Palestina) dos pequenos produtores.
De McCarthy para cá essa cultura simples de mocinho e bandido começou a mudar. Começaram a surgir filmes onde o bandido vencia e no final das contas, confundindo a cabeça do incauto espectador, afinal, quem era o bandido? O mocinho? Ou o bandido mesmo?
Hoje é regra geral o bandido vencer.
Chegou (óbvio ululante) a GLOBO e suas novelas. Odete Hoitman (acho que é isso), a mais célebre vilã das novelas. No final, o bandido representado pelo excelente ator Reginaldo Farias, foge com a grana do crime cometido e de dentro de avião, ao som da música de Cazuza, dá uma banana para toda a bela paisagem do Rio vista do alto, debaixo ou do meio.
Brasil, mostra a tua cara...” Tem cara de Almendra, de José Collor Serra, de FHC, de Yeda Crusius, de Nelson Jobim, de Reinold Stephanes, de Gilmar Mendes, de José Roberto Arruda...
Mas... O culpado é o Protógenes que cismou de prender o bandido. Ora como prender o bandido, Daniel Dantas, se a bandidagem está aí firme e forte espalhada como câncer por todo o tecido das instituições públicas? Do Estado?
A maior parte dos críticos considera que Marlon Brando foi o maior ator cinematográfico de todos os tempos. Se não foi, com certeza é um dos maiores. Ele, Roberto de Niro, Gene Hackman e outros evidentes. Os “blues eyes de Beth Davis”. As fantásticas pernas de Marlene Dietrich. Carregavam e faziam andar o talento, a genialidade. Se fossem só pernas Cid Charisse terminaria empatada com La Dietrich.
Marlon Brando em 2 de maio de 1960 postou-se com milhares de pessoas e muitos deles atores, à frente do “açougue” de San Quentin, chamado penitenciária, para protestar contra a execução de Caryl Chessman na câmara de gás. Quinze anos após a sua condenação. Quando recebeu o “Oscar” mandou sua namorada índia ir buscar a estatueta, trazendo para o centro do espetáculo a causa indígena nos EUA.
E pouco antes de sua morte denunciou que os estúdios de Hollywood estavam fechados a atores como ele, pois eram controlados por grupos de judeus sionistas. Execrado pela mídia, podre como sempre, acabou se desculpando e custaram a perceber que a desculpa dizia respeito ao povo judeu e não aos judeus sionistas.
A “suposta” bomba durante a exibição do documentário de Tendler, a lembrança de Marighella, a ação terrorista dos militares golpistas de 1964, Operação Condor, OBAN, a reação dos militares ao Plano Nacional de Direitos Humanos, tudo isso e mais muitas coisas servem para mostrar que paira sobre o Brasil o mesmo perigo que pairava em 1964 até a consumação do golpe.
As elites não admitem que lhes seja tirado o modelo FIESP/DASLU.
O jogo em 2010 vai ser pesado e muito.
Já imagino quantas vezes Nelson Jobim vai aparecer de “general da banda” nesse enredo tétrico e que precisa ser mostrado para que se saiba que os boçais estão ainda com o porrete nas mãos e continuam boçais.
Quanto ao incauto cidadão, esse precisa aprender que aquele negócio de mocinho matando bandido e terminando com a mocinha é coisa do passado, saudosismo besta. E levar a sério aquele aviso que volta e meia aparece na telinha para que não se tente fazer o mesmo que o caçador de crocodilos ou de serpentes, pois ele é treinado para isso. Inclusive fazer o incauto cidadão de bocó.
No mais, todos atentos vem aí a primeira eliminação do Big Brother e para evitar maiores problemas a GLOBO dessa vez botou na casa uma PM (policial militar) que além de bater, diz que gosta de apanhar.
Está dando uma baita banana para o Brasil e os brasileiros.
Vem aí o general Almendra em seu alazão branco, ao lado do “general da banda” Nelson Jobim para nos “libertar” a todos dos males do anarco/comunismo/sindicalismo/terrorismo, tudo pago em dólares e em “patriotismo,” moeda dessa gente. Cunhada nos porões da tortura, dos estupros e assassinatos de presos políticos indefesos. Os que resistiam à boçalidade da ditadura no tal golpe de 1964.
Continuam aí. Deram um golpe em Honduras sob as bênçãos do cardeal, entraram em palácio carregando a imagem de Cristo, na canalhice típica da exploração barata e consentida da Igreja Católica.Têm 13 bases militares na Colômbia do narcotraficante Álvaro Uribe e agora brincam de presidente garçom com o branquelo Obama.
O Haiti, já dizia a música, é aqui. É toda a América Latina.