30 julho 2009


Saída de Sarney do cargo 'não é problema meu', diz Lula
Presidente voltou a criticar a paralisia do Senado e cobrou que a situação volte ao normal após o recesso
Agencia Estado
SÃO PAULO - "Não é problema meu", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira, 30, sobre a eventual saída do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), do cargo. "Eu não votei para eleger o presidente do Senado", disse ao ressaltar que, como eleitor, também não votou nele para o Senado, já que vota em candidatos que se elegem por São Paulo. "Quem tem que decidir se Sarney continua presidente do Senado é o Senado. Somente o Senado, que o elegeu, é que pode dizer se ele vai ficar ou não. Não sou eu", reiterou.

Lula voltou a criticar a paralisia do Senado por conta das denúncias envolvendo Sarney (PMDB-AP) e diz que isso pode trazer problemas para o País. O presidente lembrou que o Senado e a Câmara têm autonomia em relação ao poder Executivo, mas disse esperar que o Legislativo resolva seus problemas, uma vez que o Executivo depende de suas ações. "Todo mundo sabe que a paralisia do Legislativo pode criar problemas para o País", reforçou durante entrevista coletiva, concedida ao lado da presidente do Chile, Michelle Bachelet, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).Lula disse esperar que o recesso parlamentar sirva para "esfriar a cabeça" dos senadores e que, na volta, eles "decidam normalizar a atuação do Senado". "As pessoas têm compreensão do momento que o Brasil vive e que há medidas que mandamos para combater a crise econômica que ainda precisam ser votadas. Portanto, nós não podemos perder tempo", declarou. O presidente negou que Sarney tenha pedido para conversar sobre o problema. Ele destacou que solicitações de Sarney e do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), sempre serão atendidas. "É de boa política o presidente da República atender aos presidentes dos Poderes", completou. Lula não fez comentários sobre a articulação de alguns senadores do PT para que Sarney se licencie do cargo. "Como vocês acham que eu posso falar sobre o destino da bancada do PT se eles estão de férias e só voltam segunda-feira?", questionou. "Não posso dizer absolutamente nada. Liguem para os líderes do PT na Câmara e no Congresso. Faz três anos que não participo das reuniões do Diretório do Partido. Liguem para o Ricardo Berzoini (presidente do PT) na segunda-feira", disse.