26 julho 2009

''A Dilma, a Dilminha, vai continuar a política do Lula''
“Ministro diz que oposição está sem discurso e críticas à gastança do governo federal não surtem efeito nenhum
Adriana Fernandes e Lu Aiko Otta, O Estado de São Paulo
As eleições são somente no ano que vem, mas o debate já está nas ruas. Em entrevista ao Estado, o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, deu o tom do discurso do governo na campanha eleitoral.
"A Dilminha vai continuar a política de Lula", afirmou o ministro, referindo-se à virtual candidata governista, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Bernardo integra um grupo próximo a ela, chamado "os meigos de Dilma". Profundo conhecedor do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), é cotado para substituir a ministra, caso ela deixe o governo para concorrer.Para ele, a oposição está sem discurso e as recorrentes críticas à gastança do governo, na visão do ministro, não surtem efeito algum.
"O Lulinha, aonde vai, dizem que ele está certo. Aqui dentro e lá fora." Sobre o provável candidato da oposição, o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), o ministro diz que ele "joga para a galera" quando critica a política de juros e câmbio.
O presidente Lula vai deixar uma herança maldita ao sucessor?
Acho que a herança que vamos deixar para o próximo governo é uma economia crescendo, com inflação controlada, com investimentos, tanto internos como externos, crescendo muito. Podemos pensar que vai ter uma disparada do investimento nos próximos meses.


E os reajustes dos servidores, que terão impacto em 2011 e 2012?
O impacto mais forte é em 2010. E são gastos permanentes. Quando fomos lançar o PAC, esbarramos no seguinte problema: não tinha projeto. Não só o governo federal, como os Estados e municípios. Não tinha gente para fazer. O que fizemos foi recompor a capacidade de gestão do Estado. Todas essas mudanças não aumentaram a folha de pagamento como proporção do PIB (Produto Interno Bruto). Estamos dando uma condição melhor para o servidor, mas não estamos fazendo maluquice.
Por que essa avaliação não convence economistas e entidades como a
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, que criticou a política fiscal?
Acho que as pessoas estão tentando medir a realidade hoje com a mesma régua que eles mediam antes da crise. O foco das políticas tem de ser outro. Estamos investindo em educação, assistência social, geração de empregos. Se não estivéssemos fazendo isso, o desemprego teria aumentado muito mais e teríamos um gasto muito maior com seguro-desemprego, talvez com cesta básica. É a última coisa que gostaríamos de fazer: acudir depois de acontecido o problema.”Entrevista Completa,
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