Justiça anula absolvição de acusado de mandar matar Dorothy Stang e determina prisão
UOL Notícias
Em São Paulo
A 1ª Câmara Criminal Isolada da Justiça do Pará decidiu nesta terça-feira (7) anular o júri de dois acusados pela morte da missionária Dorothy Stang, assassinada a tiros em uma estrada vicinal de Anapu (PA) em 2005.
No Brasil desde 1966, a missionária americana trabalhava com lideranças rurais, políticas e religiosas em busca de soluções para os conflitos relacionados à posse e exploração de terras na região Amazônica
Antes do júri que o absolveu, Vitalmiro Bastos de Moura havia sido condenado a 30 anos de prisão. A Câmara entendeu que o segundo júri foi influenciado por um vídeo considerado como prova ilegal nos autos, no qual outro acusado pelo assassinato, Amair Feijoli da Cunha, o Tato, o inocenta.Rayfran das Neves, o Fogoió, apontado como o executor do assassinato, também teve o júri anulado e deverá ser julgado pela quarta vez. Ele foi condenado a 27 anos de prisão no primeiro julgamento, teve a pena confirmada no segundo e aumentada para 28 anos, no terceiro.A Câmara entendeu que ficou comprovado que houve promessa de pagamento de recompensa em troca do assassinato, mas o fato não foi levado em conta pelo júri na terceira condenação, o que aumentaria sua pena.Outro acusado de ser mandante, Regivaldo Pereira Galvão, conhecido como Taradão, aguarda julgamento em liberdade desde fevereiro deste ano, por decisão do TRF (Tribunal Regional Federal) da 1ª Região. Ele é o único acusado que ainda não foi julgado no caso. Seu processo foi desaforado para Belém, e ele deve ir a júri ainda este ano.A missionária de 73 anos foi morta com seis tiros, perto de Anapu, oeste do Pará, em 12 de fevereiro de 2005. Naturalizada brasileira, ela morava havia mais de 20 anos na região, onde ganhou desafetos por ajudar agricultores ameaçados por fazendeiros e madeireiros ilegais.