06 abril 2009

Jornal cúmplice da ditadura apóia Serra contra Dilma
A Folha de São Paulo está fazendo o seu papel, como sempre fez.
Quer eleger o seu candidato, o eterno candidato Serra, que tudo faz para as elites, para os ricos, que é autoritário e contra a democracia. A Folha de São Paulo foi entrevistar ex-guerrilheiros que conheciam a ministra Dilma, que com ela dividiram o horror da tortura na OBAN. Eles foram remexer o passado da ministra Dilma para tentar denegrir a sua imagem. O mundo todo sabe o que aconteceu em 64: um governo legítimo, eleito pelo povo nas urnas, foi derrubado pelos militares e pela parte abastada e rica da sociedade, com ajuda “técnica” e financeira dos EUA. Instalaram-se o caos, o horror, a censura, as perseguições, a tortura, as mortes nos porões da ditadura. Diante dessa ação houve a reação de verdadeiros brasileiros, de verdadeiros heróis, diante de um poderio militar e econômico imenso, para restabelecer a democracia, a liberdade, a justiça social. O que eles queriam? Que assistíssemos a tudo sem reagir? Que mantivéssemos até os dias de hoje a censura, o horror das torturas, a imensa desigualdade social, a perda da liberdade? A Folha de São Paulo, que agora tenta denegrir a imagem da ministra Dilma em prol seu candidato Serra, participou ativamente dos horrores da ditadura, como revela o jornalista Mino Carta. Leiam o que ele escreveu:
Mino Carta: “Em cima da destruição da memória, alguns jornais inventam que sofreram censura. O Jornal do Brasil nunca foi censurado. A Folha de São Paulo nunca foi censurada“. E Mino Carta diz mais: “A Folha de São Paulo não só nunca foi censurada, como emprestava a sua C-14 [carro tipo perua, usado para transportar o jornal] para recolher torturados ou pessoas que iriam ser torturadas na Oban [Operação Bandeirante]. Isso está mais do que provado. É uma das obras-primas da Folha, porque o senhor Caldeira [Carlos Caldeira Filho], que era sócio do senhor Frias [Octavio Frias de Oliveira], tinha relações muito íntimas com os militares. E hoje você vê esses anúncios da Folha – o jornal desse menino idiota chamado Otavinho [Otavio Frias Filho] –, esses anúncios contam de um jeito que parece que a Folha, nos anos de chumbo, sofreu muito, mas não sofreu nada. Quando houve uma mínima pressão, o sr. Frias afastou o Cláudio Abramo da direção do jornal. Digo que foi a "mínima pressão" porque o sr. Frias estava envolvido na pior das candidaturas possíveis, na sucessão do general Geisel. A Folha estava envolvida com o pior, apoiava o Frota [general Sílvio Frota, ministro do Exército no governo Geisel]. O Claudio Abramo foi afastado por isso. O jornal O Globo também não foi censurado. “Isso é uma piada”. [Entrevista com Mino Carta. por Adriana Souza Silva, da Redação AOL, abril de 2004]
A Folha de São Paulo está como sempre, desempenhando o seu triste papel, torcendo para que a elite, os poderosos, incluindo seu próprio dono, voltem a mandar no Brasil, a ditar regras e leis que beneficiem os ricos e poderosos. O Povo, os pobres, os mais necessitados, que se danem. Esse é jornal que faz campanha para o eterno candidato Serra, e esse é o pensamento do PSDB/DEM.
Jussara Seixas