30 março 2009

Lula defende a volta de "um Estado forte''
Em dois discursos na 6ª Cúpula de Líderes Progressistas, realizada hoje em Viña del Mar (Chile), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a volta de "um Estado forte'' e disse que "o mundo está pagando o preço do fracasso de uma aventura irresponsável daqueles que transformaram a economia mundial em um gigantesco cassino''. "As respostas à crise têm de ser eminentemente políticas. (...) Faliu não só um modelo econômico. Entrou em crise a ideia de que a política era uma atividade menor. Os políticos, supostamente, estavam obrigados a seguir um roteiro que não havia sido escrito pela sociedade'', afirmou o brasileiro. Ele disse que a "América Latina vive uma vigorosa onda de democracia popular'' e, numa defesa indireta de processos classificados como "populistas'' ou "esquerdizantes'' na Venezuela, na Bolívia e no Equador, por exemplo, disse que "muitos desses países precisaram ser praticamente refundados do ponto de vista institucional, mediante a aprovação de novas Constituições''. Lula voltou a advertir os países ricos, principais responsáveis pela crise: "A globalização não admite respostas isoladas. Não podemos permitir que um nacionalismo estreito ressurja das cinzas de um neoliberalismo falido''. E mandou um recado para o G20, que se reúne na próxima quinta em Londres: além de um "projeto progressista'' dos organismos multilaterais, deve-se discutir também o impacto da crise na demanda por petróleo e por commodities. O presidente também defendeu os programas de transferência de renda brasileiros e citou especificamente o PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), principal plataforma do governo para impulsionar a candidatura da ministra Dilma Rousseff em 2010.