31 janeiro 2009

Missão com helicópteros brasileiros parte hoje para buscar reféns das Farc
Folha de S.Paulo,
em Brasília

Parte neste sábado (31), da cidade amazonense de São Gabriel da Cachoeira, a missão que tirará da selva, com apoio logístico do Brasil, seis reféns que as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) prometeram libertar. A previsão é que a entrega dos sequestrados aconteça em três etapas, de amanhã até a próxima quarta-feira.
Quem afirma é a senadora colombiana Piedad Córdoba, de oposição, que chegou ontem a São Gabriel, onde já estavam os dois helicópteros Cougar do Exército brasileiro cedidos para a missão. Córdoba, por exigência da guerrilha, integrará a comitiva que receberá os reféns. A missão será coordenada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Segundo a senadora, as Farc se comprometeram a entregar, no domingo, três soldados e um policial --seus nomes só serão conhecidos hoje, quando o governo telefonar para seus familiares. Na segunda-feira, será a vez da libertação do ex-governador do departamento (Estado) de Meta, Alan Jara, 51, capturado em 2001. Finalmente, na quarta, sairá da selva o ex-deputado Sigifredo López, 45, cativo desde 2002.
O Exército brasileiro é mais cauteloso ao falar de prazos e menciona que as condições meteorológicas podem atrasar ou dificultar os planos. Dezoito militares do Brasil e dois mecânicos de voo estarão envolvidos na operação.
Nenhum deles nem os helicópteros levarão armas, afirmam fontes do Exército, e citam dois motivos: o caráter humanitário da missão, além da praxe militar de não visitar outros países portando armas.
Os Cougar têm autonomia de voo de 5 horas e podem levar até 20 pessoas. Além de Córdoba, estarão a bordo dos helicópteros os escritores e jornalistas Daniel Samper Pizano e Jorge Enrique Botero e a ativista Olga Amparo Sánchez.
Os três e a senadora são integrantes do grupo de intelectuais, a maioria de esquerda, chamado "Colombianos pela Paz", que começou uma troca de correspondência no ano passado com as Farc, para estimular uma negociação política cada vez mais improvável entre Bogotá e a guerrilha.