24 novembro 2008


No rádio, Lula destaca protagonismo do Brasil na produção de biocombustóveis
Ao fazer um balanço da 1ª Conferência Internacional de Biocombustíveis, realizada em São Paulo na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (24) que o mundo irá “se curvar” ao biocombustível e que isso será apenas uma questão de tempo. Para ele, o encontro teve “êxito total e extraordinário” com a participação de cerca de 100 delegações, quase a metade representada por ministros.
Segundo Lula, há uma “quase unanimidade” de que o mundo precisa apostar em uma nova matriz energética. “Sabemos que o mundo precisa produzir mais biocombustível, que é preciso diminuir a emissão de gases de efeito estufa e que, para isso, não podemos usar a mesma quantidade de petróleo que estamos utilizando”, disse, no programa semanal Café com o Presidente.
Lula lembrou ainda que, em dezembro deste ano, o país comemora a produção de 7 milhões de automóveis flexfuel (veículos capazes de funcionar tanto com álcool quanto com gasolina), tecnologia, segundo ele, “aprovada e comprovada” de que os mesmos motores, mesmo utilizando álcool, têm bom rendimento.
“Além disso, já estamos trabalhando a produção de etanol de segunda geração, o que é uma coisa mais importante, porque vamos poder produzir etanol de cavaco de madeira e de bagaço de cana. Temos que fazer um debate internacional. Não é uma coisa fácil as pessoas mudarem, mas acho que o Brasil, com esse seminário, saiu na frente.”
Sobre uma possível relação entre a alta nos preços dos alimentos e a produção de biocombustíveis, Lula afirmou que, muitas vezes, as pessoas tinham como objetivo criticar o etanol produzido de milho nos Estados Unidos e que então “generalizavam” tudo, criando uma “grande confusão”.
“Acho que as pessoas se convenceram de que o Brasil e o mundo têm terra, água e sol para produzir biocombustível e para produzir alimento. Na verdade, o que não se disse na época é que o aumento dos alimentos acontecia porque havia uma especulação no mercado futuro de alimentos e a gente estava pagando o preço da especulação e não o preço real.”
Agência Brasil