25 novembro 2008

Investimentos estrangeiros no Brasil batem recorde histórico em outubro
A crise internacional não afetou as contas externas do Brasil quando se olha para os investimentos estrangeiros diretos (IED), ligados ao setor produtivo, e que bateram recorde histórico em outubro.
Segundo dados do Banco Central (BC), o IED fechou o mês passado com saldo positivo de US$ 3,913 bilhões, acumulando em 2008 US$ 34,747 bilhões, acima de todos os resultados de anos fechados. O recorde anterior era de 2007, com US$ 34,585 bilhões, e alguns analistas do mercado já acreditam que deve ficar próximo dos US$ 40 bilhões no fim deste ano.
“São recursos (investimentos diretos) que vêm para longo prazo, com planejamento de seis meses. É a crença nos fundamentos da economia brasileira — disse o chefe do departamento Econômico do BC”, Altamir Lopes.
Por enquanto, a autoridade monetária mantém a projeção de que o IED encerre o ano a US$ 35 bilhões, mas Lopes já admite que vai revisá-la para cima. Em novembro, até ontem, as entradas líquidas desses investimentos chegavam a US$ 2,35 bilhões, e devem fechar o mês em US$ 2,8 bilhões.
Os investimentos estão pulverizados por diversos setores, com destaque para o de serviços.
Já os investimentos financeiros fizeram o caminho inverso em outubro, mas começam a dar sinais de acomodação em novembro. Com ações, por exemplo, as saídas líquidas ficaram em US$ 6,065 bilhões em outubro, e com títulos de renda fixa, em US$ 1,810 bilhão. Os investidores saíram do mercado brasileiro para cobrir prejuízos em outros mercados ou para buscar aplicações de menor risco.
Em novembro, até a segunda-feira (24), as saídas mostravam menos força: com ações, eram de US$ 890 milhões e com renda fixa, de US$ 604 milhões, de acordo com os dados do BC.