Zé Dirceu: Veja quer manipular toda a opinião nacional
Texto publicado originalmente no site do ex-ministro José Dirceu,
A VEJA, como já sabemos, é capaz de tudo. Até de se superar. Pois é isso que faz essa semana com sua edição a respeito da educação no Brasil, com direito a capa. Mandou fazer uma pesquisa entre os pais e professores e como eles aprovaram o ensino brasileiro - a revista ficou indignada.
Para ela o ensino não só vai mal - o que é uma obviedade - como precisa ser comparado com o ensino de 5, ou 10, ou 20 anos atrás, porque o fato de estar hoje dirigido para formar cidadãos constitui-se, para a revista, em uma violência, quase uma ditadura.
VEJA defende a neutralidade no ensino, e quer que os professores e professoras - estas, maioria - ensinem objetivamente aos estudantes de forma politicamente neutra, já que o Estado é laico. A revista propõe deixar para a TV, as emissoras de rádio, a imprensa, enfim a própria e as demais revistas, o papel de formar a consciência dos estudantes e cidadãos, como se fosse possível um Estado sem ideologia e sem um discurso nacional sobre a história do pais.
Quer que se aja em relação a educação como se não existisse a história oficial no Brasil e em todo mundo, começando pelos países desenvolvidos, democráticos como dirá a VEJA. Ao exigir neutralidade do Estado o que os donos da revista querem é que eles possam controlar a formação cívica e cidadã dos brasileiros e brasileiras. Eles detêm o monopólio dos meio de informação e no exercício deste não permitem essa pluralidade, neutralidade e objetividade que exigem do Estado. Revista quer reescrever e impor sua história do Brasil
Ao afirmar que, através do professor, o Estado se impõe como autoridade e o aluno não tem como se defender do poder deste, VEJA parece estar se referindo aos meios de comunicação no país. Estes, sim, impõem o que querem.
Através deles o cidadão não é informado sobre os fatos, mas sim, já os recebe com uma avaliação e com a posição política dos comentaristas e articulistas de nossos jornais escritos, dos telejornais e dos noticiosos de rádio. Ao defender que a formação política de cada um é uma questão individual e familiar, a revista se supera de novo. Faz essa defesa como se ela e os outros meios de comunicação não fossem hoje no Brasil o principal meio de formação da cidadania. Realidade social e econômica impõe-se a essas tentativas
Felizmente, não conseguem convencer a maioria sobre suas idéias, exatamente porque existe uma grande pluralidade de agentes políticos e sociais, como partidos políticos, entidades, escolas, as famíias e as empresas.
Esta vida em sociedade e a realidade social e econômica do país se impõem às tentativas da mídia de formar a opinião da cidadania, como ela sonha fazer - e faz com uma parte de seus leitores.O que a VEJA quer é manter a visão da história do país e do mundo que predominava nas escolas quando a sociedade não era democrática e quando as classes trabalhadoras não tinham ocupado seu lugar na vida política, econômica e social do país.
A revista quer uma escola ensinando a história oficial dela, das classes dominantes e não a história real do Brasil e do mundo de hoje
Texto publicado originalmente no site do ex-ministro José Dirceu,
A VEJA, como já sabemos, é capaz de tudo. Até de se superar. Pois é isso que faz essa semana com sua edição a respeito da educação no Brasil, com direito a capa. Mandou fazer uma pesquisa entre os pais e professores e como eles aprovaram o ensino brasileiro - a revista ficou indignada.
Para ela o ensino não só vai mal - o que é uma obviedade - como precisa ser comparado com o ensino de 5, ou 10, ou 20 anos atrás, porque o fato de estar hoje dirigido para formar cidadãos constitui-se, para a revista, em uma violência, quase uma ditadura.
VEJA defende a neutralidade no ensino, e quer que os professores e professoras - estas, maioria - ensinem objetivamente aos estudantes de forma politicamente neutra, já que o Estado é laico. A revista propõe deixar para a TV, as emissoras de rádio, a imprensa, enfim a própria e as demais revistas, o papel de formar a consciência dos estudantes e cidadãos, como se fosse possível um Estado sem ideologia e sem um discurso nacional sobre a história do pais.
Quer que se aja em relação a educação como se não existisse a história oficial no Brasil e em todo mundo, começando pelos países desenvolvidos, democráticos como dirá a VEJA. Ao exigir neutralidade do Estado o que os donos da revista querem é que eles possam controlar a formação cívica e cidadã dos brasileiros e brasileiras. Eles detêm o monopólio dos meio de informação e no exercício deste não permitem essa pluralidade, neutralidade e objetividade que exigem do Estado. Revista quer reescrever e impor sua história do Brasil
Ao afirmar que, através do professor, o Estado se impõe como autoridade e o aluno não tem como se defender do poder deste, VEJA parece estar se referindo aos meios de comunicação no país. Estes, sim, impõem o que querem.
Através deles o cidadão não é informado sobre os fatos, mas sim, já os recebe com uma avaliação e com a posição política dos comentaristas e articulistas de nossos jornais escritos, dos telejornais e dos noticiosos de rádio. Ao defender que a formação política de cada um é uma questão individual e familiar, a revista se supera de novo. Faz essa defesa como se ela e os outros meios de comunicação não fossem hoje no Brasil o principal meio de formação da cidadania. Realidade social e econômica impõe-se a essas tentativas
Felizmente, não conseguem convencer a maioria sobre suas idéias, exatamente porque existe uma grande pluralidade de agentes políticos e sociais, como partidos políticos, entidades, escolas, as famíias e as empresas.
Esta vida em sociedade e a realidade social e econômica do país se impõem às tentativas da mídia de formar a opinião da cidadania, como ela sonha fazer - e faz com uma parte de seus leitores.O que a VEJA quer é manter a visão da história do país e do mundo que predominava nas escolas quando a sociedade não era democrática e quando as classes trabalhadoras não tinham ocupado seu lugar na vida política, econômica e social do país.
A revista quer uma escola ensinando a história oficial dela, das classes dominantes e não a história real do Brasil e do mundo de hoje