08 agosto 2008


RS: PT cobra reação da Assembléia às novas denúncias sobre fraude
Deputados petistas se revezaram na tribuna na tarde da quarta-feira (6) para cobrar da Assembléia Legislativa gaúcha uma atitude em relação às novas revelações feitas pelo empresário Lair Ferst ao jornal Folha de São Paulo. Em entrevista exclusiva ao veículo, o lobista afirmou que a reestruturação do esquema fraudulento no Detran em 2007, com a troca da Fatec pela Fundae, foi uma decisão da cúpula do governo. “É público e notório que houve o envolvimento da governadora neste processo”, disse o empresário.
O líder da bancada do PT na Assembléia Legislativa, Raul Pont, considera a declaração de Ferst de extrema gravidade. “A governadora deve ao povo gaúcho uma resposta imediata às declarações do ex-captador de recursos da sua campanha. Se permanecer em silêncio ou tergiversar, será uma confissão de culpa”, sustentou o deputado.
Pont frisou que a Assembléia não pode fechar os olhos e nem abrir mão da sua função fiscalizadora. “Um ex-membro do partido da governadora e ex-colaborador assíduo de Yeda Crusius está incriminando a chefe do Executivo. A CPI está encerrada, mas este tema deve ser retomado nas comissões permanentes e no colégio de líderes”, defendeu o líder petista.
O deputado Fabiano Pereira (PT), que presidiu a CPI do Detran, afirmou que os fatos que vieram à tona reacendem o debate sobre o desvio de recursos na autarquia. Ele defendeu a aprovação de uma subcomissão ligada à Comissão de Serviços Públicos da Assembléia Legislativa para dar continuidade às investigações. “O relatório final da CPI não expressou a verdade, mas ela agora começa a aparecer por vias tortas. É imprescindível que o Legislativo continue investigando”, frisou o parlamentar.
Fabiano anunciou que o PT deverá fazer um aditamento à representação que encaminhou ao Ministério Público Federal, agregando as revelações feitas por Ferst. “Um roubo nas proporções do que houve no Detran não teria se mantido por tanto tempo sem o manto protetor das relações políticas. É isso que mostra a confissão de Ferst”, analisou Fabiano.
Para o deputado Adão Villaverde (PT), as revelações do lobista deixam o governo tucano em uma situação delicada e exigem uma manifestação da Assembléia Legislativa. “É inaceitável que o Legislativo, que fez a CPI do Detran, agora se cale. O momento exige uma posição firme. Se o Legislativo não se manifestar, certamente, nossa bancada o fará”, avisou.ImpeachmentJá o deputado Ronaldo Zulke (PT) disse que, se a governadora não apresentar uma explicação convincente para a compra de sua casa e para as novas revelações de Ferst, a Assembléia Legislativa não terá outra saída a não ser analisar o processo de impeachment. “A gravidade dos fatos não oferece outro caminho a não ser que sejam apresentadas explicações críveis. Há elementos fortíssimos para o pedido do impeachment da governadora, e o Legislativo não poderá se furtar de analisá-lo”, defendeu.
Na mesma linha, o deputado Elvino Bohn Gass (PT) afirmou que o slogan tucano “fazer mais com menos”, na prática, significa “mais corrupção e menos governo”. Na sua avaliação, ou Lair Ferst deve ser preso porque mentiu ou a situação da governadora se complicou e ela deve sérias explicações ao povo gaúcho.
PT/RS