Há algo errado na versão oficial sobre o resgate de Ingrid Betancourt
Eu fico me perguntando como é que uma organização guerrilheira insurgente como as FARC, que há 40 anos luta contra as elites que dominam a Colômbia, poderia cair numa armadilha tão ingênua como este teatro montado no resgate da ex-senadora franco-colombiana Ingrid Betancourt. Há algo errado na versão oficial distribuída pelo narco-governo de Álvaro Uribe e aceita tão docilmente pela mídia brasileira. Não se trata de ser contra ou a favor das FARC. O PT, o presidente Lula, e todos os que participam da construção da democracia brasileira, rejeitaram o caminho da luta armada para a conquista do poder. Mas isso não dá direito a ser idiotizado pela mídia.Aos poucos começam a surgir indícios para compreensão dos fatos. A Rádio Suíça Romanda (RSD) está divulgando que o narco-governo de Uribe pagou às FARC cerca de US$ 20 milhões pelo resgate dos 15 prisioneiros (muito bem tratados na selva como se pode constatar). Dinheiro dos EUA, evidentemente. Isso é verossímel. Entre os seqüestrados havia três agentes do Departamento de Estado e o candidato republicano à presidência dos EUA, senador John Mcain estava realmente muito precisado de um fato novo em sua campanha eleitoral. Afinal, o que estaria fazendo Mcain em viagem à Colômbia, exatamente durante a operação teatral de resgate?A notícia do pagamento de US$ 20 milhões corre a Europa pela France Press. Foi tudo uma grande encenação. Há algum tempo a Suíça vem se envolvendo, ao lado da Espanha e da França, na mediação com as FARC. O desfecho seria positivo para todos os lados. Para as FARC seria ótimo porque, em situação de desvantagem militar e política, se livrariam do peso dos seqüestrados ilustres, além do reforço representado pelo pagamento do resgate em dólares. Para o candidato republicano a vantagem é óbvia. Para a França sem se fala. Para o narco-presidente Álvaro Uribe, a operação pode significar o terceiro mandato presidencial. Para Ingrid Betancourt e os demais reféns, a liberdade. Nada mais perfeito.É incrível como a imprensa brasileira comprou tão facilmente a versão oficial colombiana. Como é que um apresentador de TV tem a coragem de repetir que a operação de resgate foi 100% colombiana? Nem os EUA se atrevem a tanta mentira. Bush, Mcain, os falcões republicanos estão metidos nisso até os ossos. Aliás, o embaixador norte-americano William Brownfield na Colômbia declarou ao Canal Caracol que a operação “teve cooperação cerrada” do governo dos EUA. Ele citou “inteligência”, equipamentos, e omitiu os US$ 20 milhões.Assim como o PT, o presidente Lula, o presidente Chávez, também eu comemoro a libertação dos 15 reféns. Tudo indica que a saída para o conflito militar na Colômbia é pacífica e negociada. Pelo caminho da negociação as FARC podem libertar os outros 700 prisioneiros de guerra. Resta saber se isso vai interessar aos EUA e ao narco-presidente da Colômbia Àlvaro Uribe. Quem acompanha a trajetória das FARC há 40 anos sabe que diferentes governos decretaram a “morte” da guerrilha insurgente. Sempre erraram. E essa história de guerrilha “terrorista” não cola não. Terroristas são os EUA e os paramilitares colombianos.
http://www.bahiadefato.blogspot.com/
Eu fico me perguntando como é que uma organização guerrilheira insurgente como as FARC, que há 40 anos luta contra as elites que dominam a Colômbia, poderia cair numa armadilha tão ingênua como este teatro montado no resgate da ex-senadora franco-colombiana Ingrid Betancourt. Há algo errado na versão oficial distribuída pelo narco-governo de Álvaro Uribe e aceita tão docilmente pela mídia brasileira. Não se trata de ser contra ou a favor das FARC. O PT, o presidente Lula, e todos os que participam da construção da democracia brasileira, rejeitaram o caminho da luta armada para a conquista do poder. Mas isso não dá direito a ser idiotizado pela mídia.Aos poucos começam a surgir indícios para compreensão dos fatos. A Rádio Suíça Romanda (RSD) está divulgando que o narco-governo de Uribe pagou às FARC cerca de US$ 20 milhões pelo resgate dos 15 prisioneiros (muito bem tratados na selva como se pode constatar). Dinheiro dos EUA, evidentemente. Isso é verossímel. Entre os seqüestrados havia três agentes do Departamento de Estado e o candidato republicano à presidência dos EUA, senador John Mcain estava realmente muito precisado de um fato novo em sua campanha eleitoral. Afinal, o que estaria fazendo Mcain em viagem à Colômbia, exatamente durante a operação teatral de resgate?A notícia do pagamento de US$ 20 milhões corre a Europa pela France Press. Foi tudo uma grande encenação. Há algum tempo a Suíça vem se envolvendo, ao lado da Espanha e da França, na mediação com as FARC. O desfecho seria positivo para todos os lados. Para as FARC seria ótimo porque, em situação de desvantagem militar e política, se livrariam do peso dos seqüestrados ilustres, além do reforço representado pelo pagamento do resgate em dólares. Para o candidato republicano a vantagem é óbvia. Para a França sem se fala. Para o narco-presidente Álvaro Uribe, a operação pode significar o terceiro mandato presidencial. Para Ingrid Betancourt e os demais reféns, a liberdade. Nada mais perfeito.É incrível como a imprensa brasileira comprou tão facilmente a versão oficial colombiana. Como é que um apresentador de TV tem a coragem de repetir que a operação de resgate foi 100% colombiana? Nem os EUA se atrevem a tanta mentira. Bush, Mcain, os falcões republicanos estão metidos nisso até os ossos. Aliás, o embaixador norte-americano William Brownfield na Colômbia declarou ao Canal Caracol que a operação “teve cooperação cerrada” do governo dos EUA. Ele citou “inteligência”, equipamentos, e omitiu os US$ 20 milhões.Assim como o PT, o presidente Lula, o presidente Chávez, também eu comemoro a libertação dos 15 reféns. Tudo indica que a saída para o conflito militar na Colômbia é pacífica e negociada. Pelo caminho da negociação as FARC podem libertar os outros 700 prisioneiros de guerra. Resta saber se isso vai interessar aos EUA e ao narco-presidente da Colômbia Àlvaro Uribe. Quem acompanha a trajetória das FARC há 40 anos sabe que diferentes governos decretaram a “morte” da guerrilha insurgente. Sempre erraram. E essa história de guerrilha “terrorista” não cola não. Terroristas são os EUA e os paramilitares colombianos.
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