Yeda do PSDB, sabia de fraude no Detran, diz ex-secretário
Bacci conta a CPI que alertou governadora gaúcha sobre irregularidades no início de 2007
Elder Ogliari
O deputado Enio Bacci (PDT) disse que a governadora do Rio Grande do Sul, Yeda Crusius (PSDB), sabia da existência de irregularidades no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) desde o início do ano passado e não tomou as medidas necessárias para investigar o caso, permitindo que a autarquia continuasse a ser vítima de um golpe praticado por uma organização criminosa. A acusação foi feita ontem à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembléia que investiga o desvio de R$ 44 milhões do órgão.Bacci foi secretário da Segurança Pública de 1º de janeiro a 11 de abril do ano passado. No relato à CPI, revelou que no primeiro mês de sua gestão percebeu a existência de contratos superfaturados ou não cumpridos e levou a informação à governadora. "Eu falei a ela das irregularidades e da necessidade de fazer uma limpa no Detran e propus nomear uma direção suprapartidária para o órgão, com representantes do PDT, PMDB e PSDB, que chamariam a Secretaria da Fazenda para fazer uma auditoria."Segundo Bacci, Yeda ouviu tudo em silêncio e o autorizou a agir. No dia seguinte, no entanto, foi avisado de que o Detran seria transferido para a Secretaria da Administração, o que ocorreu em 9 de fevereiro de 2007. Bacci também sustentou que, posteriormente, Yeda justificou sua atitude como necessária para não perder o apoio do grupo político do ex-secretário de Segurança e hoje deputado José Otávio Germano (PP). Em 11 de abril do ano passado Bacci foi demitido e voltou ao Congresso.
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