22 maio 2008

CGU puniu 1,7 mil agentes públicos federais por práticas ilícitas desde 2003
Paula Laboissière Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro Jorge Hage, da Controladoria-Geral da União (CGU), fala a emissoras de rádio sobre a prevenção e o combate à corrupção no serviço público Brasília - A Controladoria-Geral da União (CGU) informa que puniu, de 2003 até abril deste ano, 1.711 agentes públicos federais de todos os níveis envolvidos em práticas ilícitas. Entre eles, há diretores, altos assessores e superintendentes de estatais, auditores e fiscais da Receita Federal, da Previdência e do Ministério do Trabalho e Emprego e procuradores.Desse total, 1.485 foram demitidos, 127 foram destituídos de cargos comissionados e 99 tiveram a aposentadoria cassada.O ministro da CGU, Jorge Hage, avaliou hoje (21) que ainda é preciso mudar no Brasil a cultura do “deixa pra lá” e do “não tem jeito” em relação ao uso indevido do dinheiro público por administradores e gestores. Para ele, o papel desempenhado pelo órgão – criado em 2003 – representa uma experiência inédita no país.Hage destacou que uma das ações desenvolvidas pela CGU é a orientação prévia dos gestores sobre a forma correta de usar o dinheiro público, por meio do treinamento e da capacitação.“Não tem sido fácil", reconheceu o ministro em entrevista a emissoras de rádio no estúdio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), em Brasília. "Mas não há nada melhor a fazer para que os administradores tomem mais cuidado”, acrescentou.Hage lembrou que, além do trabalho de prevenção, a CGU tem a preocupação de não descuidar das ações de repressão contra os que praticam irregularidades."Havia uma crença da impunidade no Brasil. O sujeito achava que valia a pena praticar o ilícito porque não seria punido, porque o Judiciário demora muito para punir. Com um bom advogado, você leva um processo por dez, vinte anos. Depois, o crime prescreve e a punição não chega.”O ministro acredita que a parceria com órgãos fiscalizadores como a Polícia Federal e o Ministério Público colaborou para um “aumento na descoberta de casos de corrupção”, mas descartou a possibilidade de que o país esteja enfrentando recorde de irregularidades. “Não houve aumento dos casos de corrupção.”