20 maio 2008


Caso Alstom com o PSDB, repete esquema Pau Brasil de Maluf
Apuração indica que supostas propinas teriam passado por empresas prestadoras de serviços

As investigações sobre o pagamento de propina por ex-funcionários da Alstom a servidores públicos e partidos políticos no Brasil para conseguir contratos com o governo mostram semelhanças com esquemas utilizados pela empresa Pau Brasil, que em 1990 e 1992 recolheu contribuições para as campanhas eleitorais de Paulo Maluf, segundo a Polícia Federal e o Ministério Público Estadual. O esquema prosseguiu, de acordo com o Ministério Público Federal, na gestão do então prefeito Celso Pitta, entre 1997 e 2000. Eram notas frias, na maioria emitidas em favor de empresas prestadoras de serviços ou fornecedoras de equipamentos e produtos.Um levantamento feito pelo Ministério Público paulista em 2002 mostrou que a empreiteira Mendes Júnior, responsável pela construção da Avenida Água Espraiada, hoje Roberto Marinho, pagou cerca de US$ 195 milhões a empresas fantasmas entre 1993 e 1996. Testemunhas disseram à promotoria que as empresas emitiam notas fiscais frias para a construtora e devolviam 90% do valor recebido.
A promotoria européia acredita que uma parte do dinheiro do esquema teria como destino algumas contas em banco na Suíça e também em offshore no principado de Liechtenstein, também na Europa, além da Ásia. A investigação leva em conta a possibilidade de utilização de contas offshore no Uruguai. Essa conta seria de um ex-executivo brasileiro da multinacional francesa.
As 39 empresas do grupo Alstom no Brasil fecharam pelo menos 139 contratos com o governo paulista desde 1989, que somaram R$ 7,6 bilhões. Parte já está encerrada e outra em atividade. Do total, 77 foram assinados na gestão do ex-governador Geraldo Alckmin, entre 2001 e 2006, 40 sob a administração de Mário Covas, entre 1995 e 2000, e outros 20 pelos ex-governadores Orestes Quércia e Luiz Antonio Fleury Filho. Há 96, cuja soma é de R$ 5,2 bilhões, que passaram por investigação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), ou ainda estão sob análise, por apresentar irregularidades.
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Para lembrar: Kassab foi Secretário de Finanças da prefeitura na era Pitta. Quércia, Kassab, PSDB,PTB, unidos novamente agora em 2008, curioso!