"Trabalho com muita vontade para fazer sucessor", diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que trabalha com muita vontade para fazer sua sucessão na Presidência nas eleições de 2010. "Se alguém acha que, pelo fato de que não sou candidato, não vamos ganhar as eleições, pode começar a se preocupar. Eu estou trabalhando com muita vontade de fazer minha sucessão."
Em entrevista à jornalista Maria Lydia para o programa "Em Questão", da Gazeta, o presidente ressaltou que é contra a reeleição e que vai lançar um candidato para sua sucessão. "Sou contra o terceiro mandato. Mais do que ético, é um valor democrático. A gente não pode brincar com a democracia. [Em 2006], fui candidato porque a lei [que permitiu a reeleição] foi aprovada. Mas não fui eu quem aprovei", disse.
"Eu não tenho candidato porque eu trabalho com a seguinte idéia: acho que a base que sustenta o governo hoje tem que lançar uma candidatura", completou. Lula aproveitou para negar uma aliança com o PSDB na eleição de 2008.
"Acho impossível. Teoricamente, era para o PT ter uma belíssima relação com o PSDB. Eu tenho boa relação com Serra, com Aécio, com todos os governadores do PSDB. Trato eles com o maior carinho. Eu estou fazendo com o Serra o que o [ex-presidente] Fernando Henrique Cardoso não fez com [o ex-governador] Mário Covas. Não há possibilidade de não sermos amigos de que está governando."
Reforma tributária
O presidente foi questionado sobre a proposta de reforma tributária. "A reforma tributária não é um projeto do governo. Quero que a reforma seja encarada como necessidade de civilizar o Brasil, de fazer com que diminua a carga tributária e aumente a arrecadação", afirmou.
Contudo, é difícil "contentar 27 governadores, 6 mil prefeitos, deputados e empresários", se referindo à tramitação da proposta no Congresso.
A oposição defende que a reforma tributária seja votada no primeiro semestre, mas cobra do governo a redução no número de medidas provisórias (MPs) para viabilizar a discussão da reforma.
Questionado sobre as MPs, Lula defendeu seu uso, mas aceitou as críticas do Congresso de que elas trancam a pauta e dificultam a atuação do Legislativo. "Quem estiver na cadeira de presidente, vai adorar as MPs, porque quando aprovada, ela passa a valer", afirmou.
"Eu quero que o Congresso encontre a melhor forma [de trabalho] para que o governo não precise editar medida provisória. Estou convencido de que o Congresso está correto quando defende o direito de ter liberdade legislativa, mas é preciso achar o ponto de equilíbrio."
"Em 2001, o pessoal entendeu que trancar a pauta resolvia um problema [no legislativo]. Sete anos depois, entenderam que isso não resolve mais o problema", completou Lula.
Economia
O presidente falou bastante sobre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e sobre a atual situação econômica do país. "O Brasil está na situação mais confortável do que já esteve em sua história. O Brasil quase quebra duas vezes. Estamos com uma séria solidez. Nós temos quase US$ 200 bilhões de reservas", afirmou.
Ele se referia à situação de credor externo à qual o Brasil se converteu. No começo do mês, os ativos em moeda estrangeira do país, basicamente as reservas internacionais, superaram toda a dívida externa brasileira. Segundo estimativa do Banco Central, a dívida total para o mês passado era de US$ 196,2 bilhões.
"O brasileiro está vivendo um momento de autoestima que há muito tempo não vivia. As pessoas estão adquirindo poder de compra. As pessoas estão consumindo. Isto me deixa feliz."
"Estamos fazendo o que deveria ser feito na década de 1950, de 1960. O Brasil sempre foi governado para um pequeno pessoal, mas nós queremos priorizar a grande massa da população."
Lula disse que "quando ganhamos eleições acharam que o Brasil ia quebrar. Hoje, o Brasil cresce 5,4% no PIB (Produto Interno Bruto). O emprego tem recordes a cada mês. Nós pagamos o FMI", completou.
No fim da entrevista, Lula agradeceu e revelou o que pretende fazer quando deixar a Presidência. "Estou pedindo a Deus para esse dia chegar. Não vou parar de fazer política, está no meu sangue. Mas não quero mais aquela militância que tive na construção do PT", afirmou. "Que deus ajude quem vier depois de mim e que faça muito melhor."
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que trabalha com muita vontade para fazer sua sucessão na Presidência nas eleições de 2010. "Se alguém acha que, pelo fato de que não sou candidato, não vamos ganhar as eleições, pode começar a se preocupar. Eu estou trabalhando com muita vontade de fazer minha sucessão."
Em entrevista à jornalista Maria Lydia para o programa "Em Questão", da Gazeta, o presidente ressaltou que é contra a reeleição e que vai lançar um candidato para sua sucessão. "Sou contra o terceiro mandato. Mais do que ético, é um valor democrático. A gente não pode brincar com a democracia. [Em 2006], fui candidato porque a lei [que permitiu a reeleição] foi aprovada. Mas não fui eu quem aprovei", disse.
"Eu não tenho candidato porque eu trabalho com a seguinte idéia: acho que a base que sustenta o governo hoje tem que lançar uma candidatura", completou. Lula aproveitou para negar uma aliança com o PSDB na eleição de 2008.
"Acho impossível. Teoricamente, era para o PT ter uma belíssima relação com o PSDB. Eu tenho boa relação com Serra, com Aécio, com todos os governadores do PSDB. Trato eles com o maior carinho. Eu estou fazendo com o Serra o que o [ex-presidente] Fernando Henrique Cardoso não fez com [o ex-governador] Mário Covas. Não há possibilidade de não sermos amigos de que está governando."
Reforma tributária
O presidente foi questionado sobre a proposta de reforma tributária. "A reforma tributária não é um projeto do governo. Quero que a reforma seja encarada como necessidade de civilizar o Brasil, de fazer com que diminua a carga tributária e aumente a arrecadação", afirmou.
Contudo, é difícil "contentar 27 governadores, 6 mil prefeitos, deputados e empresários", se referindo à tramitação da proposta no Congresso.
A oposição defende que a reforma tributária seja votada no primeiro semestre, mas cobra do governo a redução no número de medidas provisórias (MPs) para viabilizar a discussão da reforma.
Questionado sobre as MPs, Lula defendeu seu uso, mas aceitou as críticas do Congresso de que elas trancam a pauta e dificultam a atuação do Legislativo. "Quem estiver na cadeira de presidente, vai adorar as MPs, porque quando aprovada, ela passa a valer", afirmou.
"Eu quero que o Congresso encontre a melhor forma [de trabalho] para que o governo não precise editar medida provisória. Estou convencido de que o Congresso está correto quando defende o direito de ter liberdade legislativa, mas é preciso achar o ponto de equilíbrio."
"Em 2001, o pessoal entendeu que trancar a pauta resolvia um problema [no legislativo]. Sete anos depois, entenderam que isso não resolve mais o problema", completou Lula.
Economia
O presidente falou bastante sobre o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e sobre a atual situação econômica do país. "O Brasil está na situação mais confortável do que já esteve em sua história. O Brasil quase quebra duas vezes. Estamos com uma séria solidez. Nós temos quase US$ 200 bilhões de reservas", afirmou.
Ele se referia à situação de credor externo à qual o Brasil se converteu. No começo do mês, os ativos em moeda estrangeira do país, basicamente as reservas internacionais, superaram toda a dívida externa brasileira. Segundo estimativa do Banco Central, a dívida total para o mês passado era de US$ 196,2 bilhões.
"O brasileiro está vivendo um momento de autoestima que há muito tempo não vivia. As pessoas estão adquirindo poder de compra. As pessoas estão consumindo. Isto me deixa feliz."
"Estamos fazendo o que deveria ser feito na década de 1950, de 1960. O Brasil sempre foi governado para um pequeno pessoal, mas nós queremos priorizar a grande massa da população."
Lula disse que "quando ganhamos eleições acharam que o Brasil ia quebrar. Hoje, o Brasil cresce 5,4% no PIB (Produto Interno Bruto). O emprego tem recordes a cada mês. Nós pagamos o FMI", completou.
No fim da entrevista, Lula agradeceu e revelou o que pretende fazer quando deixar a Presidência. "Estou pedindo a Deus para esse dia chegar. Não vou parar de fazer política, está no meu sangue. Mas não quero mais aquela militância que tive na construção do PT", afirmou. "Que deus ajude quem vier depois de mim e que faça muito melhor."