20 março 2008


Lula: Economia brasileira tem solidez para enfrentar crise norte-americana
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar nesta quinta-feira (20) em Foz do Iguaçu (PR), após o lançamento de obras do PAC, que o Brasil não "depende apenas de um país", em referência aos Estados Unidos.
"Se tem uma recessão nos Estados Unidos, obviamente que vai trazer problemas para todos os países. Entretanto, é importante lembrar que o Brasil diversificou muito suas exportações. Hoje, nós não dependemos apenas de um país e nem de dois. Nós hoje temos uma relação comercial muito diversificada e, portanto, o Brasil está com muita solidez", afirmou Lula.
Ele também descartou aumento na gasolina, apesar de o barril de petróleo ter ultrapassado os US$ 110 na semana passada. "Não há nenhuma necessidade de aumentar combustível no país. Nós, a última vez que aumentamos, foi em 2005, quando o barril de petróleo estava a US$ 65. Essa discussão não existe no governo", disse. E concluiu: "Se não aumentou quando chegou a US$ 110, agora que o preço caiu por que os preços aumentariam?".
O presidente brasileiro minimizou a instabilidade nas bolsas de valores. “Nós achamos que a turbulência da bolsa é própria da bolsa. Nós não temos que ver isso como uma coisa tão anormal”.
Ele destacou que o governo está olhando com atenção a crise nos mercados financeiros. “O que é importante é que nós saibamos que tem uma crise nos Estados Unidos e essa crise está atingindo o sistema financeiro, sobretudo o europeu. Nós estamos olhando com muita cautela porque não queremos que uma crise americana, que não fomos nós que causamos, venha a causar problemas ao Brasil”.
No Parque Tecnológico de Itaipu, Lula participou da assinatura de acordos de cooperação entre a Petrobras e os governos do Paraná e do Mato Grosso do Sul para a construção de um alcoolduto entre Campo Grande (MS) e o Porto de Paranaguá (PR).
O presidente destacou que seu governo conseguiu transformar o setor sucroalcooleiro. Ele também rebateu as críticas dos países europeus de que o Brasil não poderia vender álcool porque teria trabalho escravo.
“Se nós quisermos adentrar no comércio exterior, com força e potencial que tem o Brasil, nós teremos que ser cada vez mais profissionais e cada vez mais nós temos que ter cartão de credibilidade social para que a gente possa fazer frente às intrigas que estão fazendo contra o Brasil no exterior”.Além disso, Lula lançou em Foz do Iguaçu do Plano Nacional da Pesca. Em seu discurso, ele falou que objetivo é colocar o Brasil no rol dos países exportadores de pescado.
"Não é explicável, do ponto de vista econômico, que países que têm 10% da costa marítima que tem o Brasil, ou que têm menos de 10% da água que tem o Brasil, sejam maiores produtores de pescado do que o Brasil”, disse o presidente.
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Fonte: PT