Em 4 anos, qualidade do emprego melhora e a renda aumenta no país, aponta IBGE
Um estudo comparativo da nova série da Pesquisa Mensal de Emprego, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE),iniciada em março de 2002, mostra importantes avanços no mercado de trabalho: a desocupação nunca esteve tão baixa e a formalização tão alta.Também aumentou em 7,7% o rendimento médio da população trabalhadora.
Em 2007 (média anual) 42,4% da população ocupada era empregada com carteira de trabalho assinada no setor privado. Em 2003, este percentual era 39,7%.
A taxa de desemprego apurada pelo IBGE nas seis principais regiões metropolitanas do País caiu para 7,4% em dezembro, a menor taxa mensal apurada na série histórica da pesquisa, iniciada em março de 2002. Em novembro, a taxa havia sido de 8,2% e em dezembro de 2006, de 8,4%. A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) completará, em março de 2008, seis anos desde a implantação da nova metodologia. Até dezembro, foram 70 meses de investigação contínua. As atualizações e as mudanças implementadas permitiram estudar o mercado de trabalho com maior detalhamento. Foram detectados recordes positivos na série histórica da pesquisa, que identificou um mercado de trabalho mais vigoroso, com mais postos de trabalho e com menos pessoas procurando uma ocupação.
Renda maior
O rendimento aumentou em todas as formas de inserção, incluindo os trabalhadores por conta própria; trabalhadores não registrados (empregados sem carteira de trabalho assinada); bem como a categoria dos militares e funcionários públicos estatutários.
O rendimento médio real dos trabalhadores nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em R$ 1.163,90 em dezembro do ano passado, o que representa um aumento de 0,9% ante novembro de 2007 e de 2,3% ante dezembro de 2006, informou hoje o IBGE. Na média do ano de 2007, o rendimento aumentou 3,2% em relação ao ano anterior.O mesmo ocorreu nos grupamentos de atividade, todos apresentaram ganho no poder de compra. Um exemplo é o trabalhador doméstico. Esta categoria está ganhando mais, comparando 2003 com 2007, verificou-se um aumento de 15,9% na média anual do rendimento médio real para estes trabalhadores.
Previdência
O contingente de trabalhadores contribuindo para Previdência era de 61,1%, em 2003, e aumentou para 64,1%, em 2007. As estimativas para a população ocupada que contribui para a previdência revelam que, tanto no último ano quanto na comparação com 2003, houve uma expansão superior a da população ocupada. Cabe lembrar que, entre 2003 e 2007, o número de pessoas ocupadas aumentou 11,9%, e, como mostra a tabela a seguir, entre aqueles que contribuem para a previdência a variação foi de 17,3%.
A Região Metropolitana que apresentou a maior participação de ocupados contribuintes foi Porto Alegre (68,4%) e a menor foi Recife (56,3%).
Apesar da visível recuperação do rendimento da população ocupada nos últimos três anos, ainda não foi retomado o poder de compra do rendimento do trabalho da população em relação ao ano de 2002* nas regiões metropolitanas investigadas. No segundo semestre de 2007, o rendimento médio real (R$ 1.141,92) foi menor em 4,9% que o auferido para o mesmo período de 2002 (R$ 1.200,19). Quando o período de comparação se estende aos meses de março a dezembro de cada ano, observou-se, de 2002 para 2007, uma perda de 5,0% (R$ 1.205,39 em 2002 e R$ 1.145,08 em 2007).
Mulheres
A pesquisa apurou também que as mulheres ganham em torno de 70,0% do rendimento recebido pelos homens.O rendimento de trabalho das mulheres, estimado em R$ 927,09, continua sendo inferior ao dos homens (R$ 1.314,43). Em 2007, comparando a média anual dos rendimentos dos homens e das mulheres, verificou que, em média, as mulheres ganham em torno de 70,0% do rendimento recebido pelos homens.
A média anual do rendimento médio mensal dos homens em 2007 cresceu 3,3%, mesma variação encontrada para as mulheres. Em Recife, Rio de Janeiro e São Paulo a variação do rendimento das mulheres, de 2006 para 2007, superou a dos homens. Em Salvador, Belo Horizonte e Porto Alegre, deu-se o contrário.
IBGE