16 setembro 2007


LULA O MELHOR PRESIDENTE DO BRASIL

Pesquisa 'Estado/Ipsos'
O governo Lula fez três coisas boas - o programa Bolsa-Família, a estabilidade econômica e a ajuda aos pobres; e três coisas ruins - a corrupção, o apagão aéreo e a pouca atenção à saúde. Esta é a percepção do eleitorado brasileiro, colhida pela pesquisa Estado/Ipsos. O Bolsa-Família foi apontado por 43% dos eleitores; a estabilidade econômica foi citada por 20% e a ajuda aos pobres foi mencionada por 10%. Só 8% dos eleitores responderam que a maior obra do governo Lula é 'nada'.Na outra ponta, o eleitorado brasileiro aponta como as piores coisas do governo Lula a corrupção, citada por 23%, o apagão aéreo, mencionado por 11%, e a pouca atenção à saúde, lembrada por 10%. A visão do eleitorado sobre os lados bom e ruim do governo sintetiza a agenda de uma semana que ofereceu, de um lado, mais um capítulo da novela da corrupção, protagonizada agora por um aliado do governo; e do outro, a divulgação de dados que mostram um vigoroso crescimento da renda do trabalhador. Segundo Alberto Carlos Almeida, diretor da Ipsos, a resposta do eleitorado é também coerente com o discurso do governo. 'O governo Lula reitera em seu discurso que está trabalhando todo o tempo para os pobres', disse. Para ele, as três respostas que se destacaram como as boas coisas do governo se inter-relacionam, porque o povo entende que a estabilidade favorece os pobres, tanto quanto o Bolsa-Família.
DONO DA ESTABILIDADE
Lula se apropriou quase por inteiro da conquista da estabilidade econômica, demonstrou a pesquisa Estado/Ipsos. Para 67% dos brasileiros, o atual presidente é o maior responsável por ela; o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, cujo governo implantou o Plano Real e sustentou os primeiros oito anos estáveis, foi mencionado como responsável pela estabilidade por apenas 7%.E não é só quanto à estabilidade que Lula desbanca Fernando Henrique, segundo a avaliação do eleitorado. O atual presidente deu mais apoio aos pobres para 80% dos brasileiros; o antecessor ganhou o aval de apenas 9%. Para 73%, Lula favoreceu um melhor poder de compra do brasileiro; só para 16% Fernando Henrique foi melhor nesse quesito. Lula reduziu mais o custo da cesta básica para 73%; o ex-presidente, só para 15%. Lula controlou melhor a inflação para 66%; Fernando Henrique, só para 19%. Esses fenômenos têm explicações, segundo Almeida. A primeira é que o eleitorado brasileiro padece de 'presentismo', ou seja, tende a atribuir as coisas boas ao governo presente, mesmo que ele não tenha sido o autor delas - desde que esse governo seja bem avaliado, tenha a simpatia da maioria da população e, naturalmente, possua um bom mecanismo comunicador.A segunda é que a conquista da estabilidade ao longo do governo FHC se esvaiu da memória popular, por duas razões: uma foi a repetição persistente do discurso petista da 'herança maldita', que teria diluído as realizações dos governos FHC; outra foi a falha continuada de comunicação do PSDB, que não soube defender, ao longo dos anos, a estabilidade conquistada em sua gestão e, principalmente, a ignorou nas disputas eleitorais de 2002 e 2006.Os mais pobres dizem com mais ênfase que Lula deu apoio aos despossuídos. Na faixa que junta os analfabetos e os que têm até a 4ª série do ensino fundamental, 82% acham que Lula foi melhor que Fernando Henrique na ajuda aos pobres. Entre os que têm curso superior o número não é muito diferente - 79% acham que, no tópico, Lula foi melhor. Os eleitores que têm curso superior atribuíram a estabilidade mais a Lula (55%) do que a Fernando Henrique (15%).No Nordeste, onde o prestígio de Lula é bem maior, 70% atribuíram a estabilidade a ele e só 2% a direcionaram ao antecessor, mesmo porcentual atribuído a Antonio Palocci, que foi ministro da Fazenda por três anos. Já Pedro Malan, que foi ministro de Fernando Henrique de 1995 a 2002, na fase de consolidação da estabilidade, não chegou a completar 1% de citações.
A matéria acima esquece, e o povo lembra, que FHC quebrou a economia brasileira três vezes, endividou o país e produziu o maior desemprego e a maior multidão de miseráveis já registrado na história do Brasil