O filho é mais feio que o pai
O negócio é pior do que pensei. No telejornal fantástico de domingo, assisti a reportagem que, supostamente, mostra as provas de que o mensalão usou dinheiro público. Ô troço requentado, sô! O repórter anuncia com pompa que informações do Ministério Público Federal comprovariam que dinheiro do Ministério dos Esportes chegou a deputado petista. Bem, aí vem os gráficos, que mostram que o dinheiro saiu do Ministério para a SMPB, depois para outra conta, outra conta, outra conta, outra conta, até que, enfim, os procuradores supõem que "no mínimo" uma parte destes recursos tenham chegado ao deputado petista X, que sacou na boca do caixa. São uns 150 mil reais. Hum, agora dinheiro tem dono? Quer dizer, se eu pago um pastel com uma nota de 50 reais, essa nota continuará sendo minha? Se o chinês que me vendeu o pastel usar essa nota para subornar um fiscal, poder-se-á dizer que dinheiro meu foi usado para corromper o funcionário? Como disse em post abaixo, recomeçaram as velhas ilações mensaleiras. Cuidado, elas podem estar certas! O irônico é que eles montam um castelo com tantas ilações que, usando o método agora divulgado por Ali Kamel de "testar hipóteses", acabam acertando aqui e ali, e estes pequenos acertos tornam-se imediatamente provas da exatidão do todo. Se são criticados, abanam estes pequenos acertos como prova irrefutável de como estão sempre certos. As ilações mensaleiras são as filhas do mensalão, e são mais feias, e muito mais danosas, que o pai.
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