13 outubro 2006

13/10/2006 - 14h50
Tarso acusa Alckmin de não aceitar debate programático

Por Áureo Germano BRASíLIA (Reuters) -
O ministro das Relações Institucionais Tarso Genro negou nesta sexta-feira que a campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição esteja praticando qualquer forma de "terrorismo eleitoral", como acusam os correligionários de Geraldo Alckmin, candidato do PSDB, e afirmou que o adversário teme o debate programático.
Segundo Tarso Genro, a campanha de Lula não está fazendo "provocação de medo" e sim abordando as diferenças programáticas.
"O programa do presidente Lula tem uma posição em relação à Amazônia, tem uma posição em relação ao desenvolvimento, tem uma posição em relação às privatizações. Então, é normal que no debate político essas questões sejam ressaltadas", falou a jornalistas, no Palácio do Planalto, após cerimônia de assinatura de decretos de desapropriação de imóveis em municípios do complexo da usina do Catende, em Pernambuco.
"O que não cabe é a coligação PSDB-PFL não aceitar o debate programático", acusou Tarso. "Eles propuseram o debate ético e nós aceitamos, respondemos e eles estão acuados. Agora, nós colocamos questões programáticas e eles dizem que é terrorismo", queixou-se.
O debate sobre as privatizações, no entender do ministro, faz todo o sentido no momento eleitoral. "Os tucanos fizeram um processo de privatizações galopante no país, continuado pelo Alckmin no governo de São Paulo", argumentou Tarso.
Para Tarso Genro não existe termo de comparação entre o "risco Lula", criado pelos tucanos antes da eleição de 2002, e o "risco Alckmin" para o qual os petistas chamam atenção agora.
"É diferente daquela situação. Naquela época, se dizia que se o presidente Lula ganhasse a eleição a macroeconomia iria ser desequilibrada, a situação financeira iria ficar caótica", lembrou Tarso.
"Eles disseram isso sistematicamente e foram desmentidos pela vida e pela administração competente que o presidente Lula fez em relação à economia. Hoje, o que estamos discutindo é: Existe risco ou não dos programas sociais do governo serem subvertidos por um eventual governo tucano-pefelista? Existe risco ou não de serem retomados os processos de privatizações que eles já fizeram?"
Indagado se acredita que estes riscos existem, Tarso rebateu: "Na minha opinião, sim".