11 julho 2006


Fiesp apóia financiamento do BNDES para a Bolívia

"Indiretamente a indústria nacional é beneficiada com exportações setor de transportes e máquinas agrícolas", explicou um diretor da federação
Jander Ramon

SÃO PAULO - A oferta brasileira de linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para o financiamento de compra de tratores e máquinas agrícolas pela Bolívia é considerada "positiva" para a indústria brasileira, na avaliação da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "É positivo o governo brasileiro oferecer esse crédito do BNDES porque indiretamente a indústria nacional é beneficiada com exportações setor de transportes e máquinas agrícolas", disse em entrevista coletiva o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini.
"Tiro dessa análise qualquer ideologia, de gostar ou não de governos de esquerda ou do presidente boliviano Evo Morales. São apenas negócios", acrescentou. Segundo o diretor da Fiesp, o setor de maquinário agrícola, por exemplo, enfrenta queda de quase 20% de faturamento bruto este ano, algo que poderia ser compensado pela expansão das exportações para a Bolívia.
Além disso, Francini alega que, por ser rica em reservas de gás e também por ser o principal fornecedor brasileiro do insumo, o fornecimento de crédito ao governo boliviano contém baixo risco. "O risco se abate do financiamento com o uso do combustível como pagamento, caso o governo da Bolívia não honre os compromissos", argumentou.
Por fim, Francini defende a operação porque, nos últimos anos, o caixa do BNDES tem registrado sobra de recursos. "Poderíamos criticar a operação se houvesse um grande afluxo no crédito do BNDES, mas não é isso o que ocorre. O BNDES tem sobra de recursos", ponderou.