17 junho 2006

PFL/PSDB NÃO SABEM FAZER NADA ALÉM DISSO!
Lula reage às críticas do vice de Alckmin Em Pernambuco, Lula reagiu às críticas da oposição dizendo que está trabalhando porque tem caráter
Olinda (PE)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva qualificou ontem de "sem caráter" os políticos que têm feito críticas a ele e ao Governo.
"Todo dia, aparece alguém para me agredir, possivelmente porque estas pessoas estão pensando assim: ‘Poxa vida, nós estamos governando o Brasil desde que Cabral pôs os pés aqui e nós não conseguimos fazer (nada). Por que este metalúrgico está fazendo?’", disse, durante o anúncio de liberação de R$ 74,9 milhões para a erradicação de palafitas e melhorias urbanas de favelas de seis cidades de Pernambuco. "Este metalúrgico está fazendo porque tem uma coisa que eles (os políticos que o atacam) não têm", disse, para uma platéia que, vez por outra, gritava "olê, olê, olá, Lula lá" e "está reeleito". "Este metalúrgico tem caráter. Este metalúrgico só é o que é não pela quantidade de diplomas que eu tenho ou pelo apoio da elite política brasileira, mas pelo sentimento e pela alma do povo deste País", afirmou.Emendou, em seguida, que não perderia tempo com respostas aos detratores. "A eles, que vivem transmitindo ódio todo dia, a eles, que vivem transmitindo inveja e preconceito todo dia, não quero dedicar um minuto, mas, certamente, quero dedicar a vida inteira para ajudar o povo pobre deste País a viver com dignidade e a viver com decência".Depois, numa resposta direta aos que dizem que ele não trabalha e viaja muito, Lula desafiou-os. "Onde eles estão? Eu estou aqui, no meio de vocês". O presidente disse que a oposição vive torcendo para que ele fique nervoso e entre no jogo rasteiro. Para Lula, sempre que for atacado, a resposta será trabalhar mais e dar carinho para a população. "É a gente mostrar mais amor com o povo deste País". O presidente acrescentou que não fará jogo baixo "porque o povo não merece isso, o povo merece respeito, merece ser tratado com dignidade".Lula repetiu o que tem dito sempre nos últimos dias, que a administração federal está cada dia melhor. O presidente disse que as manchetes dos jornais lembravam que, pela primeira vez, os recursos destinados aos pobres são maiores do que o Produto Interno Bruto (PIB) chinês. "Pela primeira vez, este povo está comendo, os pobres estão tomando café da manhã, almoçando e jantando. Pela primeira vez, as pessoas estão percebendo que as coisas nos supermercados estão mais baratas, as pessoas estão percebendo que até o material de construção está mais barato".Logo pela manhã, Lula inaugurou, no centro do Recife, uma central de teleatendimentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que empregará cerca de 1.300 funcionários de uma empresa terceirizada. O prédio foi inaugurado antes mesmo das reformas. O presidente estava de cara amarrada. De acordo com assessores do Poder Executivo, ficara irado ao saber do conteúdo da fala de Jorge e da publicidade partidária gratuita do PFL. Nem quis fazer discurso, o que é raro. Quando o governador Mendonça Filho (PFL) encerrou o breve discurso, Lula deu um tapa na perna direita, mostrando toda a impaciência.Parlamentares aliados do presidente corriam para o defender. O prefeito da capital pernambucana, João Paulo (PT), disse que o candidato do PFL a vice-presidente na chapa de Alckmin tinha sido "garoto de recados do PSDB"; o deputado Fernando Ferro (PT-PE) afirmou que Jorge é um político de segunda categoria, que "só é capaz de organizar festas de São João, assim mesmo, em Brasília", e o deputado Inocêncio Oliveira (PL-PE) afirmou que o PFL e o pefelista estão "nervosos". "Quanto mais eles falam, mais perdem votos. A campanha de Geraldo Alckmin é igual rabo de cavalo, só cresce para baixo", disse.

São Paulo, sábado, 17 de junho de 2006
Oposição faz jogo rasteiro, afirma Lula Sem citar nomes, presidente respondeu ao ataque do vice de Alckmin, José Jorge (PFL)Em discurso em Olinda, Lula disse que seus adversários não têm caráter; PT contesta no TSE programa de TV do PFL O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que a oposição faz jogo "rasteiro" e que seus adversários não têm caráter."Todo dia aparece alguém para me agredir, possivelmente porque essas pessoas estão pensando assim: puxa vida, nós estamos governando o Brasil desde que Cabral pôs os pés aqui e não conseguimos fazer [nada]. Por que esse metalúrgico está fazendo?", disse Lula, em discurso para moradores da periferia de Olinda (PE).O presidente mesmo respondeu à indagação: "Este metalúrgico está fazendo porque tem uma coisa que eles [ seus adversários ] não têm: este metalúrgico tem caráter".Na véspera, o senador José Jorge (PFL-PE), candidato a vice-presidente na chapa do tucano Geraldo Alckmin, havia dito, em discurso, que Lula "não trabalha, só viaja e bebe muito". O presidente também foi atacado anteontem no programa partidário do PFL, integralmente dedicado ao escândalo do "mensalão".Sem citar nomes, Lula voltou à carga contra os adversários no discurso: "A eles que vivem transmitindo ódio todo dia, a eles que vivem transmitindo inveja e preconceito todo dia, não quero dedicar um minuto, mas, certamente, quero dedicar a vida inteira para ajudar o povo pobre deste país a viver com dignidade."Lula anunciou em Pernambuco a liberação de R$ 74,9 milhões do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social para melhoria das condições de moradia de 5.473 famílias que vivem em assentamentos precários em seis cidades de Pernambuco.Mais tarde, em Brasília, em encontro com estudantes, o presidente voltou a fazer referências indiretas aos ataques da oposição. "Hoje, a situação é igual àquela do jogador malandro, que fica provocando, fica infernizando para cavar a expulsão do adversário."As declarações foram feitas na abertura do 13º Congresso da União da Juventude Socialista, entidade ligada ao PC do B. O auditório, um dos mais caros de Brasília, levou Lula a fazer ironia com os cerca de 1.500 estudantes presentes: "Há dez anos, chamariam vocês de pequena burguesia, de traidores da revolução".Ainda no momento em que rebatia as críticas da oposição, Lula se comparou aos torturados pela ditadura militar."Vocês não sabem o que é a gente aprender a apanhar. É mais difícil do que aprender a bater", afirmou, dizendo depois ter respeito pelos que foram torturados pela ditadura, mas que nem assim delataram os companheiros. "Suportar a dor física é tão duro quanto suportar a dor da infâmia, da leviandade e das falsidades. Quanta indignação houve por parte de alguns quando, depois de nos baterem por um ano e meio, sai uma pesquisa em que eu subo e eles descem."Programa do PFLO PT decidiu entrar com uma representação contra o PFL na Justiça Eleitoral por conta do programa de TV de anteontem, no qual Lula foi relacionado ao escândalo do mensalão. De acordo com Berzoini, o programa desrespeitou a lei eleitoral por ter sido usado só para atacar o PT e o governo, sem apresentar propostas do partido.

Sex, 16 Jun 2006 - 21h07
Lula vê "raiva e ódio" em discurso de adversários BRASÍLIA (Reuters) - Em discurso para uma platéia de jovens militantes ligados ao PCdoB, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou, nesta sexta-feira, seus adversários na campanha eleitoral, que estariam agindo com "raiva e ódio", mas conclamou seus aliados a não "aceitar provocações" nem sair "do jogo democrático"."Há uma certa inquietação no cumprimento das regras do jogo democrático", disse Lula. "Quando inauguro uma obra, dizem que é campanha eleitoral, talvez porque eles não tivessem obra nenhuma para inaugurar", ironizou o presidente, que é objeto de ações do PSDB e do PFL na Justiça Eleitoral, acusado de fazer uso político da máquina pública."Meu papel não é ficar nervoso, não posso dar a eles o pretexto que eles querem", acrescentou Lula. "A democracia é boa para nós porque somos a maioria", advertiu, sob aplausos e coros de cerca de 1.500 militantes da União da Juventude Socialista (UJS), no auditório da Academia de Tênis de Brasília.Um dia depois de ter sido duramente criticado em programa nacional de televisão do PFL, que acusou seu governo de corrupto, Lula lembrou que os ex-presidentes Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek foram chamados de corruptos pelos adversários."Por que tanto ódio, tanta inveja, tanta raiva?", indagou Lula. "Eles não sabem o que é a gente aprender a apanhar, que é mais difícil que aprender a bater", prosseguiu, sem mencionar uma só vez o motivo das acusações do PFL: o caso do mensalão.Lula recordou aos os jovens comunistas a tortura de militantes de esquerda na ditadura militar (1964-1985), para fazer uma comparação com as críticas que recebe. "Suportar a dor física é tão difícil quanto suportar a dor das mentiras, da leviandade, do discurso fácil."
"JOGADOR MALANDRO"
Lula usou o discurso aos comunistas para rebater, indiretamente, o senador José Jorge (PFL-PE), vice do candidato tucano Geraldo Alckmin, que na véspera havia dito que o presidente "trabalha pouco, viaja muito e bebe muito"."O jogador de futebol malandro fica provocando o melhor do adversário, xingando, passando a mão, para ver se ele fica nervoso e provoca a própria expulsão", disse Lula. "Na política também tem gente que faz isso para ver se o adversário provoca um cartão amarelo, verde, vermelho, sei lá a cor."O presidente relacionou a "inquietação" dos adversários com os resultados das últimas pesquisas nacionais de opinião, que indicam o crescimento das intenções de voto na reeleição e a estagnação do candidato tucano."Que indignação houve, depois de quase um ano e meio nos batendo sem parar, sai uma pesquisa, eu subo, eles descem", disse Lula aludindo ao levantamento do Ibope divulgado esta semana."Muitos não levaram em conta que existia uma coisa chamada povo no meio desse debate", disse Lula. "Um povo que vê uma possibilidade, na vida, de ter um país governado de forma justa." Lula falou durante pouco mais de uma hora sem mencionar nem uma vez a candidatura à reeleição, mas anunciou ao final que "nos próximos dias, com muita calma, vamos tomar a decisão necessária".Ele fez um balanço dos 34 meses de governo destacando os investimentos em educação, o acesso de estudantes pobres à universidade pelo Prouni e, especialmente, o estabelecimento da auto-suficiência na produção de petróleo."Deus já foi muito generoso comigo", disse Lula, referindo-se ao fato de a marca ter sido atingida pela Petrobras em seu mandato, 53 anos depois de a empresa estatal ter sido criada.