02 junho 2006


Lula vai se reeleger, porque mostra o que fez de bom para o povo, mostra também que o seus adversários Alckmin e Serra prometeram e não fizeram

02 de junho de 2006 - 15:59

Lula critica gestão de Alckmin na área da Educação
O presidente afirmou que de forma premeditada os governantes paulistas abandonaram a escola pública
Jander Ramon e Thiago Velloso

SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez ataques diretos à gestão do ex-governador Geraldo Alckmin na área da educação, embora não tenha citado o nome de seu potencial adversário. Ao participar, nesta sexta-feira, de cerimônia do "Plano Nacional de Qualificação Profissional", em São Paulo, um evento em que a Petrobras apresentou os 292 jovens aprendizes que foram contratados em São Paulo pela estatal e empresas integrantes do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp).
Segundo Lula, de forma premeditada, os governantes paulistas abandonaram a escola pública. De acordo com o presidente, a prova deste abandono é que, do total de estudantes universitários paulistas, somente 18% estudam nas universidades públicas (a USP, Unesp, e Unicamp), enquanto os 82% restantes estão matriculados em universidades privadas.
Para se contrapor a administração estadual, que nos últimos 12 anos foi governada pelo PSDB, Lula afirmou que as universidades públicas paulistas contam com algo entre 91 mil e 98 mil estudantes, enquanto em 14 meses de existência, o Prouni, do governo federal, concedeu 64 mil bolsas no Estado. "Fizemos isso porque não tem saída. Nenhum país se desenvolveu mantendo a ignorância", declarou.
No mesmo ato, Lula também criticou o governo de Fernando Henrique Cardoso por ter decidido, em 1998, retirar da competência do Ministério da Educação a abertura e manutenção de escolas técnicas. "Não se pode ter apenas o faxineiro e o engenheiro. Ter acesso ao curso profissionalizante é a substituição da universidade que muitos jovens podem ter", disse, para justificar sua decisão em revogar a legislação anterior e ordenar a construção de 32 escolas técnicas em todo o País.
O presidente aproveitou o encontro para usar um tom paterno com os jovens, sugerindo que evoluam ao longo do aprendizado e que busquem aprimorar cada vez mais seus conhecimentos. "Se não apostarmos no nosso taco desde pequenos, quem vai? O nosso concorrente quer que a gente se asfixie", avaliou.
Assim, segundo Lula, os mesmos jovens que serão aprendizes da Petrobras poderão um dia chegar à Presidência da República, como ele. "Quem disse que daqui a 15 anos não serão vocês que estarão aqui, falando no microfone, e eu estarei sentado aí no banco, tossindo, velhinho, como ex-presidente?", indagou.
Em mais uma referência à onda violência que assolou São Paulo há três semanas, o presidente reafirmou que os bandidos integrantes da facção criminosa PCC optaram pelo caminho do crime porque, quando crianças, não receberam a devida atenção da sociedade e de suas famílias. Lula pediu aos empresários presentes ao encontro que apóiem programas de educação, como uma forma de evitar que as crianças ingressem na criminalidade.