APAGÃO DE FHC TOMOU UM 13º DE CADA BRASILEIRO
O apagão de 2001, quando o presidente era Fernando Henrique Cardoso, custou R$ 60 bilhões. Esse valor, dividido pelos 180 milhões de brasileiros, significa que o apagão custo a cada brasileiro R$ 320 por brasileiro: “O apagão tomou um 13º. De cada brasileiro”, calcula Delfim Netto, deputado (PMDB-SP) e economista que conversou com Paulo Henrique Amorim nesta segunda-feira, dia 19 (clique aqui para ouvir). “O apagão foi uma barbeiragem do Governo FHC, só comparável à de D Maria I, a Louca”, concluiu Delfim.
Esses cálculos se originam na coluna “Sextante”, de Delfim, na revista Carta Capital (de 21 de junho de 2006), que está nas bancas.
Delfim calcula, apoiada numa estimativa da Fundação Getulio Vargas, que o Brasil perdeu dois pontos percentuais do PIB, por causa do apagão. Isso custou R$ 50 bilhões. Mais R$ 10 bilhões, de um “imposto apagão”, usado para financiar a construção de usinas térmicas.
Na mesma coluna, Delfim calcula que, se a produção industrial de 2006, estimulada pela queda dos juros, aumentar entre 6% e 7%; se o crescimento do PIB ficar entre 3,5% e 5%; se a inflação fechar o ano perto de 4,5%; e o superávit em conta corrente for de 0,8% do PIB, 2006 será o melhor ano dos últimos 12 anos.
Delfim também disse que “o Brasil é um país singular. Quando eu ouço dizer que os nossos fundamentos estão corretos e a indústria e a agricultura quebradas, eu não sei a que fundamento eles se referem".
Veja outros pontos da entrevista de Delfim Netto:
O apagão custou dois pontos de redução do PIB brasileiro, em 2001. “A perda de dois pontos no PIB é irrecuperável,” diz Delfim.
Delfim está “com medo” do “think tank” de FHC. Quando Paulo Henrique ponderou que Fernando Henrique tinha montado um “think tank” para refutar as criticas ao seu governo – e portanto os dados de Delfim sobre o apagão poderiam ser refutados – Delfim disse que estava “com medo” do “think tank” de FHC.
Os brasileiros comem mais. Delfim, na mesma entrevista, observou que, com a queda da inflação e o real valorizado, os alimentos estão muito baratos. “Com um salário mínimo hoje se compram duas cestas básicas. Quer dizer, o brasileiro passou a comer mais,” concluiu Delfim. E, segundo ele, isso pode ter um efeito eleitoral muito forte.