O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (3) que não existe uma crise entre o Brasil e a Bolívia por causa da nacionalização das reservas de gás bolivianas. "Não existe crise Brasil-Bolívia. Não existirá crise. Existirá um ajuste necessário com um povo sofrido e que tem o direito de reivindicar e de ter mais poder", afirmou o presidente, na abertura oficial da 16ª Reunião Regional Americana da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
As afirmações referem-se a especulações geradas a partir da decisão do governo boliviano de nacionalizar a exploração de gás e petróleo, anunciada pelo presidente Evo Morales no dia 1º de maio.
"O fato de os bolivianos terem direito não significa negar os direitos do Brasil. O que não pode é uma nação tentar impor a sua soberania sobre as outras sem levar em conta que o resultado final da democracia é o equilíbrio entre as partes."
Ao discursar, Lula destacou também a boa relação do Brasil com a Europa, os Estados Unidos e outros países da América do Sul. Segundo ele, ao firmar uma nova amizade, não é preciso deixar de lado uma velha parceria.
"Na política de Estado nós precisamos estar bem com todos os países do nosso continente. Fizemos tudo isso sem brigar com ninguém", ressaltou o presidente, que contabiliza nos 39 meses de governo visitas a 29 países americanos e recepções para 19 chefes de Estado.
Amanhã (4), Lula se reunirá em Puerto Iguazú, na Argentina, com os presidentes Nestor Kirchner, da Argentina, Evo Morales, da Bolívia, e Hugo Chávez, da Venezuela. Segundo a Secretaria de Imprensa e Porta Voz da Presidência da República, um dos assuntos previstos para a reunião é a segurança energética na América do Sul.