23 março 2006

PESSOAS DE BEM, HONESTAS?

Denúncias atingem assessor e familiares do presidente da CPI dos Bingos

Matéria publicada nesta semana pelo jornal Gazeta Mercantil revela que o presidente da CPI dos Bingos, senador Efraim Morais (PFL-PB), enfrenta problemas no gabinete e na família. Segundo a matéria "Na linha de frente da CPI, Efraim rebate denúncias", publicada no dia 9 de março, a polícia paraibana prendeu Luciano Carneiro da Cunha, assessor direto do senador. Ex-prefeito de Cruz do Espírito Santo (PB), ele é acusado de não ter recolhido aos cofres públicos R$ 168 mil e de ter emitido R$ 144 mil em cheques fraudulentos. A matéria é assinada pelo jornalista Hugo Marques.
O senador Efraim admite a contratação Luciano Carneiro da Cunha, mas argumenta que o ex-prefeito é contratado da Primeira Secretaria do Senado. Boletim da Diretoria Geral da Casa, entretanto, confirma que a lotação de Cunha é no gabinete do senador. "É preciso investigar esta irregularidade. Existem dois contratos?", questionou o deputado Luiz Couto (PT-PB). E o mais grave, continuou o deputado, é que, se ele está contratado, deveria estar trabalhando no Senado, seja no gabinete ou na Primeira Secretaria, mas isso não está acontecendo. "Cunha está na Paraíba, onde foi preso por mandado expedido pela Justiça daquele estado", acrescentou.
Rancor - Na avaliação do deputado Luiz Couto, o senador Efraim age na CPI dos Bingos com uma metralhadora giratória contra o PT e o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Efraim Morais expressa todo o seu rancor porque estava acostumado a mamar nas tetas do Poder Público e neste governo ele não pode agir assim", afirmou o petista.
Ele citou como exemplo o irmão do senador, José Joácio Araújo de Morais, que responde a processo por denúncias de superfaturamento na compra de medicamentos. Joácio teve indicação política de Efraim Morais para a Secretaria de Saúde da Paraíba. Segundo a matéria da Gazeta Mercantil, o irmão do senador é apontado como um dos responsáveis por um prejuízo de R$ 2,2 milhões na compra irregular de medicamentos para doenças crônicas como mal de Parkinson, hemodiálise e complicações de transplantes.