31 março 2006

CPI não comprovou mensalão, rebate Berzoini
O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), afirmou nesta quinta-feira que o relatório do deputado Osmar Serraglio apresentado ontem à CPMI dos Correios contém inconsistências e incoerências.

"Em alguns aspectos, falta critério técnico-jurídico para a caracterização dos eventos. Para nós, é fundamental que haja aperfeiçoamentos. Não vejo prova consistente daquilo que se chama de mensalão. Se houvesse esse tipo de prova, teríamos a indicação de quem recebeu. Não há provas, porque não houve nenhum evento dessa natureza", disse.

Para Berzoini, o nome do ex-ministro da Casa Civil e ex-deputado José Dirceu (PT-SP) deve ser excluído da lista de indiciamentos propostos pela CPMI dos Correios. "Ele pode continuar a ser investigado. Mas indiciamento é precipitado e indevido", afirmou.

O PT vai apresentar na próxima semana um substitutivo para corrigir falhas no relatório. Segundo o líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), a bancada não concorda com a tese de que houve mensalão e defende um critério objetivo para que a comissão proponha indiciamentos.

"São tantas coisas a corrigir e a precisar – inclusões, retiradas e conclusões –, que não podemos transformar tudo isso em emendas. Seria uma votação interminável. Queremos um relatório mais equilibrado, que trate de todos os temas", afirmou.

Segundo o líder petista, a CPMI dos Correios não tem provas de que houve mensalão – pagamento para que parlamentares votassem a favor de projetos de interesse do governo. "Não se configurou um mensalão. No nosso relatório, vai constar que houve um caixa dois com repasse ilegal de recursos para partidos aliados. Isso ocorreu feito pelo PSDB em Minas Gerais e feito pelo (ex-tesoureiro do PT) Delúbio Soares durante nosso governo", disse.

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