16 janeiro 2006

No rádio, Lula rebate críticas de que obras nas estradas seriam "eleitoreiras"



Da Redação
Com Agência Brasil
Em seu programa semanal de rádio, "Café com o Presidente", o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu, na manhã desta segunda-feira, às críticas de que as obras emergenciais de recuperação de estradas, a chamada operação tapa-buraco, iniciadas no último dia 9, seriam eleitoreiras. "Nós estamos fazendo e alguns estão dizendo que são obras eleitoreiras, mas se nós não fizéssemos continuariam sendo eleitoreiras para eles. Porque aí, todos eles já estariam fotografando, filmando, para colocar em seus programas de televisão", argumentou. "Ora, entre a briga partidária e o povo, vou ficar com o povo", afirmou Lula. "Entre não fazer e ser criticado e fazer e ser criticado, eu prefiro fazer." Ao explicar o fato de que as obras só tenham começado em 2006, ano eleitoral, Lula disse ainda que só agora o governo tem os recursos necessários para recuperar as estradas. Segundo ele, houve pouco dinheiro em 2003, R$ 2,5 bilhões em 2004 e só em 2005 foi possível investir R$ 6 bilhões. "Portanto, somente agora é que nós temos os recursos para fazer aquilo que deveria ter sido feito há 10, 15 anos ou no meu primeiro ano de governo". Para 2006, a previsão de orçamento para a pasta de Transportes fica em torno de R$ 6 bilhões, de acordo com o presidente. Ele falou também da utilização dos recursos da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) --imposto cobrado sobre os combustíveis para a manutenção das estradas --e das acusações de que o governo não estaria utilizando devidamente a verba. Segundo o presidente, a Cide arrecadou em 2005 R$ 7,7 bilhões, dos quais 29% foram repassados aos estados. A União ficou com R$ 5,4 bilhões e o governo investiu R$ 6 bilhões na área de transportes, recurso superior ao arrecadado com o imposto.