19 janeiro 2006


Falar ele fala, língua não tem osso, mas na hora das provas nas barras dos tribunais, ou ele fala a verdade ou vai pagar por suas calunias. Nos tribunais ele preferiu falar a verdade.

18/01/2006 - Em 2003, Paulo de Tarso reconheceu na Justiça a honestidade de Lula
As declarações do ex-militante petista Paulo de Tarso Venceslau à CPI dos Bingos na terça-feira (17) mostram, no mínimo, uma postura incoerente de sua parte. Em um documento assinado em seu nome por seu advogado, em 2003, e entregue à Justiça, Venceslau enaltece o comportamento honrado, a moral e a honestidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Já à CPI, ontem, o ex-petista afirmou que Lula tinha conhecimento de um suposto esquema de caixa dois que teria existido há 13 anos.No mesmo documento entregue à Justiça em 2003, o advogado do ex-militante e ex-secretário da Fazenda de São José dos Campos também escreveu que Venceslau concordava com todas as conclusões do PT em relação ao seu processo na Comissão de Ética do partido.“...[O co-réu Paulo de Tarso Venceslau] reconhece a retidão das conclusões finais exaradas, tanto na esfera judicial, como também no âmbito interno do Partido dos Trabalhadores; Finalmente, reconhece a elevada honra, a moral e proverbial honestidade do Autor [Lula]”, diz o documento datado de 18 de novembro de 2003.Este documento faz parte de um acordo judicial resultante de uma ação de reparação civil por danos morais movida por Lula contra Venceslau e contra o jornal O Estado de S.Paulo, por uma entrevista concedida pelo ex-petista ao diário da mesma empresa, o Jornal da Tarde, em 1997.Venceslau foi expulso do PT em 1998, após ser submetido à Comissão de Ética do partido por ter feito denúncias contra prefeituras petistas sem apresentar provas.À época, o ex-petista acusou o advogado Roberto Teixeira, compadre de Lula, de intermediar a contratação da Cpem (Consultoria para Empresas e Municípios) por prefeituras petistas sem licitação. Ele também acusou Lula de usar sua influência e recomendar os serviços da Cpem às prefeituras. A Comissão de Ética do partido, após investigar o caso, concluiu que não havia nenhuma prova que confirmasse tais denúncias e recomendou o afastamento de Venceslau e a absolvição de Teixeira. O Diretório Nacional, após analisar o relatório, acatou a recomendação da comissão.Justiça considera contratos legaisNo âmbito judicial, o Ministério Público de São Paulo moveu uma série de ações civis públicas atacando a legalidade do contrato de prestação de serviços de prefeituras com a Cpem. Todas elas - em São José dos Campos, Santos, Santo André, Campinas, Diadema - foram julgadas improcedentes pela Justiça, que considerou os contratos legais e necessários.