25 janeiro 2006
24/01/2006 - Ibope: Lula sobe, avaliação do governo melhora e PT é o preferido do eleitorado
Embora tenha seguido rigorosamente o mesmo padrão de levantamentos anteriores, a divulgação da última pesquisa Ibope, com enfoque principal nas eleições presidenciais, acabou naufragando num mar de confusões e omissões.
Pegos de surpresa com a inesperada recuperação do presidente Lula – que muitos tinham como morto e enterrado - os meios de comunicação perderam-se completamente na hora de mostrar os números aos seus leitores, ouvintes e telespectadores.
O que a imprensa procurou esconder, dando pouco destaque ou simplesmente ignorando, está disponível com todos os detalhes no site do Ibope (www.ibope.com.br).
Além de mostrar que Lula continua vivo na briga pela reeleição, a pesquisa revela que melhorou a aprovação de seu governo e que o Partido dos Trabalhadores continua, após oito meses de pancadaria generalizada, tendo a preferência do eleitorado brasileiro, bem à frente dos demais.
O levantamento também quis saber a opinião dos eleitores sobre o projeto de transposição das águas do Rio São Francisco, cujos resultados foram igualmente ignorados pelos jornais.
O Ibope ouviu 2.002 eleitores em 143 municípios brasileiros, entre os dias 12 e 16 de janeiro. Veja a seguir os principais números da pesquisa:
Preferência partidária
O instituto preparou duas questões para saber qual era a preferência partidária dos pesquisados. Na primeira, pediu que a pessoa indicasse apenas um partido. O PT aparece em primeiro, com 26%, seguido do PMDB com 15% e do PSDB com 8%. Na seqüência vêm PDT, PTB e PFL, todos com 5%.
No detalhamento por faixa salarial, a preferência pelo PT se mantém em quatro categorias: até 1 salário mínimo (24%), entre 1 e 2 (28%), entre 2 e 5 (27%) e entre 5 e 10 (26%). Na faixa dos cidadãos mais abastados, acima de 10 salários mínimos, o preferido é o PSDB, com 28%. Neste caso, o PT vem em segundo, com 16%.
Na outra simulação, o Ibope pediu que o entrevistado indicasse três partidos de sua preferência. Neste caso, o PT aparece em 35% das respostas, seguido pelo PMDB, com 28% e, bem atrás, o PSDB, com 16%. Na seqüência vêm PDT (13%), PTB (13%) e PFL (12%).
Governo Lula
A pesquisa de janeiro também mostra grande recuperação do governo Lula em relação ao levantamento feito pelo instituto em dezembro. No último mês do ano passado, 42% aprovavam o governo e 52% desaprovavam. Agora, as posições se inverteram: 49% aprovam e 44% desaprovam, ou seja, o índice positivo subiu sete pontos percentuais e o negativo caiu oito pontos.
O mesmo ocorreu com a avaliação do governo. Em dezembro, a administração Lula tinha 29% de ótimo/bom, 32% de regular e 32% de ruim/péssimo. Em janeiro, a avaliação de ótimo/bom subiu para 33% e a de ruim/péssimo caiu para 27%. O índice regular variou para cima: 39%.
Eleições
Além das simulações para o primeiro turno, nas quais Lula aparece na frente de todos os 10 candidatos colocados, em sete cenários diferentes, a pesquisa apontou boa recuperação do presidente num eventual segundo turno, sobretudo em relação ao tucano José Serra, que hoje seria seu principal adversário.
Em dezembro, Serra sairia na frente no primeiro turno, com 37% contra 31% de Lula. Agora Lula tem 35% e Serra 31%. A principal modificação, porém, está no cenário de segundo turno, em que o petista baixou para apenas três pontos percentuais uma diferença que era de 13 pontos.
O levantamento do final do ano passado colocava Serra com 48% no segundo turno, e Lula com 35%. Agora o presidente tem 42% e o prefeito de São Paulo aparece com 45%. A diferença indica empate técnico, já que a margem de erro da pesquisa é de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Já no cenário em que Geraldo Alckmin aparece como candidato tucano no segundo turno, Lula vence por larga vantagem: 48% a 35%. Contra Anthony Garotinho (PMDB), o petista venceria por 49% a 30%.
São Francisco
Por fim, o Ibope quis saber o que pensam os eleitores do Nordeste e de Minas Gerais sobre o projeto de interligação do Rio São Francisco, que tem por objetivo levar água ao semi-árido nordestino, beneficiando, segundo o governo, 12 milhões de pessoas.
No geral, o resultado foi apertado: 46% são a favor da obra e 43% são contra. No Nordeste, o índice dos que aprovam sobe para 48%, sendo que 40% desaprovam. Em Minas, ao contrário, 49% são contra e 41% são a favor.
Há, entanto, uma clara divisão de opiniões entre os mais pobres e os mais abastados. A interligação é aprovada por 52% dos entrevistados que ganham até 1 salário mínimo. Nessa faixa, só 37% são contra. Essa proporção se inverte entre os eleitores com renda superior a 10 salários: 65% são contra e 26% são a favor.
Para ler a íntegra da pesquisa, clique aqui.