
Alckmin vai se lembrar de Herzog
ELIO GASPARI
No próximo dia 25 de outubro completam-se 30 anos do dia em que o jornalista Vladimir Herzog entrou no DOI-Codi de São Paulo às nove da manhã e às quatro da tarde estava morto. A reação a esse assassinato marcou a história do restabelecimento das liberdades democráticas no Brasil.Os organizadores de atos rememorativos do episódio não devem deixar de convidar o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin. Em 2003, o grão-tucano tinha em cargo de relativo relevo na sua polícia o delegado Aparecido Laertes Calandra, acusado de ser o famoso "Capitão Ubirajara" das sessões de tortura do DOI.O secretário de Segurança de Alckmin defendeu o delegado sustentando que ele é um servidor público de carreira, com direitos que devem ser respeitados. O governo tucano argumentou que "não existem fatos que desabonem sua conduta no exercício das funções como delegado". Acrescentou que Calandra jamais respondeu a inquérito policial ou administrativo.Bingo. Alckmin deve ser convidado para os atos que lembrarão Herzog porque foi o "Capitão Ubirajara" quem solicitou a perícia do cadáver do jornalista. Calandra nunca respondeu a inquérito. Quem respondia era Herzog.