Esta é a distância que resta, segundo o Ibope,
para que a presidente Dilma Rousseff, com 47% dos votos válidos,
conquiste a vitória no primeiro turno; é também a diferença, segundo o
Datafolha, que separa o tucano Aécio Neves, com 21%, de Marina Silva,
que tem 24% – o que, com a margem de erro, pode até ser um empate
técnico; nas eleições mais emocionantes dos últimos tempos, a disputa
pode ser resolvida no olho mecânico; o próximo domingo pode indicar
Dilma em primeiro turno, ou um segundo turno entre a presidente e Marina
ou Aécio; qual é a sua aposta?
Marco Damiani, 247 –
A contagem regressiva começou. Com as campanhas suspensas, como forma
de dar tranquilidade para a reflexão dos eleitores, menos de 72 horas
separam 140 milhões de brasileiros das urnas eletrônicas do domingo 5.
Será a sétima eleição presidencial direta desde a redemocratização do
País, em 1985 – e, sem dúvida, a de prognóstico mais difícil de ser
apontado. Ao longo dos dois meses de campanha eleitoral pela televisão,
além dos quase dois anos em que, desde o lançamento informal de Aécio
Neves, pelo ex-presidente Fernando Henrique, a disputa, na prática,
começou, tudo o que se sabe é que tudo pode acontecer no domingo.
Segundo pesquisa Datafolha divulgada
na quinta-feira 2, Dilma tinha 40% de intenções de voto, mas os
porcentuais mais debatidos foram os de Marina e Aécio, respectivamente
com 24% e 21%. Uma situação de empate técnico.
De acordo com o Ibope veiculado
também ontem, as projeções de votos válidos davam a Dilma 47%, contra
28% para a adversária do PSB e 22% para o senador tucano. Nesse quadro,
não é exagero considerar a vitória de Dilma já em primeiro turno. Nas
últimas pesquisas Ibope, a presidente empreendeu uma escalada de 42%,
43%, 45% e, agora, 47% de intenções na tabela dos votos válidos, quando
são desconsiderados os brancos e nulos. Para ela, assim, faltariam 3
pontos percentuais mais um voto para encerrar a disputa no primeiro
turno.
Para o Datafolha, também é de 3
pontos percentuais a diferença entre Marina e Aécio. Significa dizer que
uma pequena variação na escolha dos eleitores pode configurar uma
completa mudança na eleição. Se Dilma é dada como presença certa no
segundo turno, ela também tem chance de resolver a eleição no domingo 5.
Mesmo momento em que se saberá qual vai ser o adversário dela na
segunda volta. Hoje, as pesquisas ainda dizem que é Marina, mas depois
de amanhã os votos podem determinar que é Aécio.
Trata-se de um final coerente para
uma eleição que atravessou a agitação de uma Copa do Mundo, em julho,
foi marcada, em agosto, pela comoção pela morte do presidenciável
Eduardo Campos, e chega ao momento final entre delações premiadas que
acusam de corruptores chefes das cinco maiores empreiteiras do País.
Dentro dessa moldura, a eleição
transcorreu dentro dos parâmetros da democracia, o que a fortalece. Num
país que já sofreu uma série de rupturas institucionais em sua história,
sem dúvida essa pode ser considerada a primeira – e maior – vitória. Na
festa democrática que aguarda os brasileiros no domingo 5, a ordem é ir
votar em paz e com a própria consciência. Qualquer que seja o
resultado, o Brasil sairá mais forte e maduro das urnas.