Diretor da Sabesp Paulo Massato negou em uma
audiência na Câmara Municipal de São Paulo sobre o uso do volume morto
em Cantareira que vá ocorrer racionamento na região e ainda disse que
"se houver alguma crise maior, nós vamos distribuir água com canequinha"
SÃO PAULO - Em uma audiência na Câmara Municipal de São Paulo
para esclarecer dúvidas sobre a atual situação dos reservatórios
utilizados pela Sabesp (SBSP3) e o uso do volume morto em Cantareira, o
diretor metropolitano da companhia, Paulo Massato, negou que vá ocorrer
racionamento na região e ainda disse que "se houver alguma crise maior,
nós vamos distribuir água com canequinha".
Durante duas horas, o diretor deu diversas explicações, inclusive
sobre como a Sabesp pretende recuperar o Sistema Cantareira após a atual
crise de abastecimento, já que a reserva técnica está sendo usada pela
primeira vez na história. Segundo o vereador Paulo Fiorilo (PT), a
companhia precisa dizer o que está fazendo para que não ocorra a perda
de um "reservatório importante".
Segundo Massato, com o que a Sabesp fez conseguiram economizar a
retirada de 9 mil litros de água por segundo no Sistema. "Para obter o
mesmo resultado seria necessário implantar rodízio de um dia e meio com
água e cinco dias sem água", completou o diretor. De acordo com o
depoimento, a crise é decorrência de um fenômeno global que atingiu
outros países, como Austrália, Chile e Estados Unidos, além da região
Sudeste do Brasil.
"Caso esse fenômeno continue, não tenho dúvida de que a crise será
muito mais séria. Não tenho dúvida de que nós não teremos produção
agrícola e energia elétrica no próximo ano", disse Massato, segundo O
Estado de S. Paulo. "Eu diria que se acontecer esse cenário nós não
teremos nem energia para tratar e elevar essa água. A energia vai acabar
antes da água, se esse cenário persistir", completou.
Para o vereador José Police Neto (PSD), a Sabesp deveria dar mais
transparência de suas ações à população, já que medidas como a redução
de pressão e a reversão de água dos sistemas Guarapiranga e Alto Tietê
para bairros da capital antes atendidos pelo Cantareira tem causado
corte no fornecimento de água.