Fator relevante da pesquisa sobre hábitos de 
consumo de mídia com 18 mil brasileiros, divulgada nesta semana pela 
Secretaria de Comunicação do governo federal, é o péssimo resultado das 
revistas; em último lugar na preferência do público, atrás de "outros", 
elas também são menos confiáveis do que os jornais; com baixa estima, 
circulação em queda e declínio comercial, como as revistas irão 
sobreviver?
247 – A velha 
pergunta sobre se a mídia impressa irá acabar diante do crescimento da 
internet tem agora uma resposta atualizada: as revistas estão morrendo 
aos olhos da multidão.
Das semanais de informação às 
ilustradas repletas de fotos, as revistas formam o segmento derrotado 
pelos números da pesquisa Ibope, divulgada pela Secretaria de 
Comunicação Social, sobre hábitos de consumo de mídia do público 
brasileiro.
Entre as preferências sobre meio de 
comunicação, as revistas ficam num humilhante último lugar, com apenas 
0,3% de indicações e, fator vexatório, atrás até mesmo da difusa opção 
por outras (0,8%). O primeiro lugar no ranking das preferências é a 
televisão, com 76,4%, mas a grande vitoriosa na pesquisa é a internet. 
Caçula das mídias sociais, ela já ultrapassou o rádio (7,9%), de acordo 
com o levantamento, para instalar-se no segundo lugar com 13,1%. Os 
jornais, de muito, ficaram para trás, hoje com somente 1,5% de 
indicações como midia preferida do público. Repita-se: um e meio por 
cento.
Não houve críticas à pesquisa. Os 
barões da mídia tradicional e familiar preferiram capturar pedaços dela 
para interpretação em lugar de questionar os resultados. Melhor assim. 
Afinal, trata-se do mais profundo levantamento realizado sobre o tema. 
Entre outubro e novembro de 2013, 200 pesquisadores aplicaram 75 
perguntas a 18.312 brasileiros em 848 municípios.
Os jornais de 1,5% de preferências 
destacaram que detêm a liderança em credibilidade. Além disso, 53% dos 
leitores de jornais afirmaram confiar nas notícias publicadas neles – e 
aparece aqui mais um ponto negativo para a revistas. É o rádio o veículo
 que fica em segundo posto em credibilidade, com 50% de indicações de 
confiança entre seus usuários, contra 49% para o televisão pelos que a 
assistem. Só então o índice de confiança de leitores do veículo 
analisado chega às revistas, com 40%.
Entre os meios pesquisados, a 
revista é o que tem a menor presença no dia-a-dia dos brasileiros. De 
acordo com os resultados sobre frequência de uso, apenas 1% dos 
entrevistados leem este meio todos os dias, enquanto 85% afirmam que 
não costumam ler ou nunca leem revistas impressas. Se considerado o 
fato de que, em geral, as revistas impressas têm edições semanais, 
ainda assim a frequência se mantém baixa, pois apenas 7% dos 
entrevistados afirmam ler revista uma vez por semana ou mais.
A internet e o rádio são meios de 
comunicação muito presentes na vida das pessoas, ainda que em menor 
grau: 61% têm o costume de ouvir rádio e 47% têm o hábito de acessar a 
internet.
Nada menos que 97% dos entrevistados
 afirmaram ver TV, um hábito que une praticamente todos os brasileiros, 
com independência de gênero, idade, renda, nível educacional ou 
localização geográfica.
Já a leitura de jornais e revistas 
impressos é menos frequente e alcança, respectivamente, 25% e 15% dos 
entrevistados. Não há mesmo boas notícias para as revistas nesta 
pesquisa do Ibope – o que ajuda a entender a crise vivida por empresas 
como a Editora Abril.