Após encontro com o vice-presidente, sem a
presença de caciques do PMDB, presidente avisa que pretende nomear
ministros nos próximos dias mesmo sem o aval da legenda; Temer, por sua
vez, defendeu o 'casamento com o PT' e diz que apenas a convenção
nacional decidirá futuro de peemedebistas, em referência indireta a
Eduardo Cunha; líder do partido na Câmara chegou a ameaçar rompimento da
aliança; nesta manhã, Dilma vai receber grupos separados do partido, do
Senado e da Câmara, para tentar desarmar pressão sobre o governo
247 – A presidente Dilma Rousseff decidiu não
ceder às chantagens de rebeldes do PMDB e mandou avisar os caciques que
não deve satisfações ao partido sobre os rumos da reforma ministerial.
Após se reunir no início da noite de domingo com o vice-presidente
Michel Temer, no Palácio do Alvorada, enquanto líderes da legenda
ficaram à espera no Palácio do Jaburu, vizinho, ela informou que
pretende nomear ministros nos próximos dias mesmo sem o aval do PMDB.
Ao desconvidar o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), o
presidente da Câmara, Henrique Alves (RN), e o presidente nacional da
legenda, Valdir Raupp, da reunião, Dilma enviou sinal de força.
Presidente demonstrou irritação com o líder do PMDB na Câmara, o
deputado federal Eduardo Cunha (RJ), mas foi tranquilizada por Temer. O
vice-presidente desautorizou indiretamente o líder do partido na Câmara,
que chegou a ameaçar o PT de rompimento.
"Não é A nem B ou C nem sou eu quem vai dizer se o partido vai para
um lado ou para o outro. É a convenção nacional que decide o que deve
ser feito. Tem dois terços que pensam em manter o casamento e, portanto,
a maioria é pela manutenção da aliança, como eu", disse antes do
encontro.
Presidente ofereceu novamente o Ministério do Turismo para o senador
Vital do Rêgo (PMDB-PB) e não se mostrou disposta a ampliar o espaço do
PMDB na Esplanada.
Com a decisão, ela tenta isolar Cunha e desarmar o chamado ‘Blocão’
de independentes da câmara. Hoje pela manhã, a Dilma deve receber
novamente Temer, acompanhado de Renan Calheiros e do líder do PMDB no
Senado, Eunício Oliveira (CE). Na sequência, deve se reunir com Henrique
Alves e Valdir Raupp.