Líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ)
pretende coletar assinaturas para uma Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) mista, a fim de investigar o envolvimento de partidos nas
manifestações; em depoimento, Caio Silva de Souza, preso pela morte do
cinegrafista Santiago Andrade, disse que manifestantes recebem dinheiro
para ir aos protestos e que acredita que as siglas que pagam são as
mesmas que levam bandeiras nos atos, como Psol e PSTU; "A dúvida que a
sociedade quer ver esclarecida é quais são os diretórios regionais e
partidos políticos ou parlamentares que estão por trás disso tudo",
disse deputado
247 – A suspeita de que partidos políticos
estejam envolvidos na organização de manifestações marcadas por atos de
violência e vandalismo dos mascarados Black Blocs pode levar o Congresso
a criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). O líder do PMDB na
Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), já se prontificou a coletar
assinaturas para a criação de uma CPI mista – com o trabalho conjunto da
Câmara e do Senado – a fim de investigar a ligação.
A menção de que legendas estejam ligadas aos protestos foi feita por
Caio Silva de Souza, preso pela morte do cinegrafista da TV Bandeirantes
Santiago Andrade, em depoimento à polícia. Segundo ele, jovens recebem
quentinhas e até dinheiro – segundo seu advogado, ele próprio recebeu R$
150 – para irem a manifestações de rua. Caio disse ainda aos policiais
que há pessoas encarregadas de distribuir pedras e outros instrumentos
para a promoção da violência e do vandalismo.
"A dúvida que a sociedade quer ver esclarecida é quais são os
diretórios regionais e partidos políticos ou parlamentares que estão por
trás disso tudo", afirmou Eduardo Cunha. "Precisamos urgentemente de
uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Congresso Nacional para
que possamos investigar esse tipo de situação", acrescentou o
parlamentar.
O apoio à ideia vem de grupos variados, conforme coloca reportagem da
Agência Estado. Deputados petistas têm interesse em avançar na
discussão com a expectativa de que se esvazie a onda de manifestações,
beneficiando a presidente Dilma Rousseff nas eleições. Há ainda os
políticos prejudicados, como o governador do Rio, Sérgio Cabral, que é
do partido de Cunha e um dos principais alvos dos manifestantes.
Até mesmo deputados ligados às polícias se mostraram favoráveis à
proposta. O deputado Fernando Francischini (Solidariedade), que é
delegado da Polícia Federal, foi outro que se prontificou a coletar
assinaturas na Câmara para a "CPI do Black Bloc". Caso a Comissão criada
seja mista, pode ser instalada automaticamente, assim que obtiver o
número de assinaturas necessário.
Caio cita Psol e PSTU
Em depoimento prestado a policiais da 17ª DP (São Cristóvão), nessa
semana, Caio disse acreditar "que os partidos que levam bandeira [nas
manifestações] são os mesmos que pagam os manifestantes". O jovem de 22
anos informou ainda já ter visto "bandeiras do PSol, PSTU e Fip (Frente
Independente Popular), sendo esta um dos grupos que organiza reuniões
plenárias" (leia mais aqui).