Grupo de manifestantes bloqueou vias da região
central de São Paulo na noite desta terça-feira (18); ato foi
acompanhado por grande número de policiais militares, mas aconteceu
pacificamente; também nesta terça, a Justiça Federal em São Paulo
aceitou denúncia contra 11 acusados de participar do um esquema de
propinas para beneficiar o grupo francês Alstom nos contratos do metrô
com o governo paulista
247 - Um grupo de cerca de 40 pessoas bloqueou
vias da região central de São Paulo na noite desta terça-feira (18), em
protesto contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o caso de
corrupção no metrô. Os manifestantes fecharam totalmente a rua Augusta.
Antes disso, eles já tinham fechado a avenida Paulista, no sentido da
rua da Consolação.
O ato foi acompanhado por grande número de policiais militares, mas
aconteceu pacificamente. Não havia mascarados entre os manifestantes.
Manifestantes reivindicaram a abertura de uma Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa para apurar as denúncias de
irregularidades envolvendo o Metrô de São Paulo.
Nesta terça-feira (18), a Justiça Federal em São Paulo aceitou
denúncia contra 11 acusados de participar do um esquema de propinas para
beneficiar o grupo francês Alstom nos contratos do metrô com o governo
paulista. O juiz Marcelo Costenaro Cavali estipulou prazo de dez dias
para que os réus apresentem defesa, e retirou o sigilo do processo. Os
envolvidos respondem por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e
corrupção passiva.
Segundo a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), entre 1998 e
2002, Jonio Foigel e Thierry Charles pagaram R$ 23,3 milhões, em valores
atualizados, como propina. A corrupção envolveu, de acordo com o MPF,
funcionários públicos da Eletropaulo (estatal à época), da Engenharia e
Planejamento em Transmissão de Energia (EPTE), do Tribunal de Contas do
Estado e da Secretaria de Energia do Estado de São Paulo.
O esquema, comandado por Charles, Foigel e Daniel Huet consistia em
aliciar funcionários com poder de decisão no governo estadual para
garantir operações benéficas à Alstom. Eles atuavam com a ajuda de
intermediários, como Cláudio Mendes e Sabino Indelicato, que aproveitam a
proximidade com o governo para favorecer o grupo francês.
Os envolvidos recebiam, segundo a denúncia, propina como se fosse
pagamento a contratos falsos de consultoria. Parte do dinheiro era
enviado para o exterior de maneira irregular, especialmente para bancos
na Suíça e em Luxemburgo, e trazidos de volta ao Brasil com a ajuda de
doleiros. As propinas chegaram a 15% do valor total do contrato que, à
época, totalizou R$ 68 milhões. Com os pagamentos, a Alstom conseguiu
firmar, sem licitação, um termo para fornecimento de equipamentos e
serviços para o Sistema Eletropaulo.
Respondem por corrupção passiva, o presidente da EPTE, José Sidnei
Martini, e o diretor técnico da empresa, Celso Sebastião Cerchiari. Por
corrupção ativa, é réu Jean Pierre Courtadon, além de Mendes, Charles,
Indelicato e Foigel. Todos os citados são acusados de lavagem de
dinheiro, crime que foi praticado também, de acordo com o MPF, por Romeu
Pinto Júnior, José Geraldo Villas Boas, Jorge Fagalli Neto e Daniel
Huet.
Com informações da Agência Brasil