Chefe da Secretaria-Geral da Presidência, petista afirmou ter recorrido a
ministros da Corte para conseguir autorização para tratamento de deputado, em
observação após passar mal na prisão
Clarissa Thomé - O Estado de S. Paulo
Rio - O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República,
Gilberto Carvalho (PT), disse nesta sexta-feira, 22, que a família e os
companheiros d
o Partido dos Trabalhadores (PT) estavam chegando "às raias do
desespero" na quinta-feira, 21, antes da internação do deputado federal
licenciado José Genoino, um dos presos condenados por envolvimento no mensalão.
Ao comentar a situação do ex-presidente do PT, Carvalho disse que não se pode
"brincar com a vida".
Genoino passou por uma cirurgia no
coração em julho e na tarde dessa quinta-feira, 21, passou
mal no Complexo Penitenciário da Papuda, onde está preso desde a semana
passada. Ele foi encaminhado ao Hospital das Forças Armadas e está sob
observação. Horas depois, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim
Barbosa, liberou o deputado para tratamento fora da prisão.
Carvalho afirmou que pediu a interferência de ministros do Supremo para que
Joaquim Barbosa concedesse autorização para o tratamento de Genoino. "Estávamos
absolutamente tensos porque quem tem acompanhado a saúde do Genoino sabia que
ele estava em uma situação muito difícil. Junto com a família estávamos chegando
às raias do desespero, a ponto de falarmos com vários outros membros do Supremo
pedindo que nos ajudassem nessa questão. Não é possível que um país democrático
como o Brasil pudesse perder uma pessoa dessa maneira. A vida dele estava em
risco", disse.
O ministro petista comemorou o fato de Genoino estar em tratamento, mas
evitou defender claramente em favor da prisão domiciliar para o companheiro de
partido. "Não vou me expressar sobre o que é conveniente. Tudo indica que ele
tem essa possibilidade da prisão domiciliar para ser tratado. A nossa esperança
é que prevaleça o bom senso, mas não entro nesse mérito porque esse mérito é do
STF e tem que ser respeitado."
O ministro insistiu que não se pode "brincar com a vida". "Ainda mais de uma
pessoa que deu sua vida pelo país. Ele nunca se apropriou de nada para ele e
chega à idade em que está sem ter nenhuma posse, nenhuma acumulação. Ao
contrário, é referência de ética para nós."