10 novembro 2014

Pesquisadora aponta ‘ódiojornalismo’ da Veja

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Ivana Bentes, professora da UFRJ, diz que cultura também aparece na retórica de colunistas que formam hoje uma espécie de “tropa de choque” ultraconservadora , como Arnaldo Jabor, Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, “que alimentam uma fábrica de memes de uma ultradireita que se instalou e trabalha para minar projetos, propostas, seja de programas sociais, seja de ampliação dos processos de participação da sociedade nas políticas públicas, seja de processos de democratização da mídia e todo o imaginário dos movimentos sociais”


247 - A Pesquisadora Ivana Bentes, que é professora da linha de pesquisa Tecnologias da Comunicação e Estéticas do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), acusa a Veja e o colunista Arnaldo Jabor de praticar o “ódiojornalismo”.
‘Essa cultura do “ódiojornalismo” e o estilo Veja também aparecem na retórica dos articulistas e colunistas de diferentes jornais e veículos de mídia que formam hoje uma espécie de “tropa de choque” ultraconservadora (Arnaldo Jabor, Diogo Mainardi, Reinaldo Azevedo, Merval Pereira, Demétrio Magnoli, Ricardo Noblat, Rodrigo Constantini, são muitos), que alimentam uma fábrica de memes de uma ultradireita que se instalou e trabalha para minar projetos, propostas, seja de programas sociais, seja de ampliação dos processos de participação da sociedade nas políticas públicas, seja de processos de democratização da mídia e todo o imaginário dos movimentos sociais’, afirma ela .
Segundo ela, em entrevista ao IHU On-line, se lermos os comentários das notícias e colunas nos jornais, vamos nos deparar com um altíssimo grau de “discursos demonizantes, raivosos e de intolerância, à direita e agora também à esquerda”.
Ela cita como exemplo trecho de uma coluna do Arnaldo Jabor de 28/10/2014; com uma argumentação pueril e assujeitante que coloca eleitores, nordestinos e nortistas, pobres como “absolutamente ignorantes sobre os reais problemas brasileiros”, em um cenário pós-eleições em que “nosso futuro será pautado pelos burros espertos, manipulando os pobres ignorantes. Nosso futuro está sendo determinado pelos burros da elite intelectual numa fervorosa aliança com os analfabetos” (leia mais).